O advogado João Alfredo Danieze, 55 anos, do PSOL, é o segundo candidato a governador mais rico de Mato Grosso do Sul. Com patrimônio declarado de R$ 6,654 milhões, ele é o mais abonado entre os 18 candidatos do Partido Socialismo e Liberdade no País e, no Estado, só perde para Reinaldo Azambuja (PSDB), com R$ 38,6 milhões e que tentará o segundo mandato.
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Além de militar em um partido de esquerda há três anos, João Alfredo tem o historiador Guilherme Boulos, famoso líder do movimento sem-teto em São Paulo, como candidato a presidente da República. O presidenciável declarou possuir apenas R 15.416, o valor de um carro e simbólico diante da fortuna do aliado sul-mato-grossense.
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Só outros três candidatos a governador pelo PSOL possuem patrimônio milionário, conforme o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O professor Carlos Alberto, do Rio Grande do Norte, declarou R$ 4,922 milhões, seguido por Fátima de Souza, do Distrito Federal, com R$ 3,284 milhões, e Dirlene Marques, de Minas Gerais, com R$ 1,072 milhão.
O restante dos candidatos socialistas declarou possuir patrimônio entre R$ 10 mil e R$ 813 mil. No Mato Grosso, o candidato a governador do PSOL, Moisés Franz, declarou R$ 77,5 mil.
No entanto, o patrimônio milionário de João Alfredo não foi construído na política. Filho de merendeira e taxista, ele diz que tudo é fruto de muito trabalho. O primeiro registro em carteira foi feito aos 12 anos, quando a legislação brasileira não fazia restrições ao trabalho infantil.
“Tenho 21 colaboradores na minha folha de pagamento. No meu escritório, somos seis advogados. Todo patrimônio conquistado de forma lícita e com dedicação à minha profissão”, frisa. Ele também é dono de uma fazenda de 500 hectares, localizada a 80 quilômetros da cidade.
A única experiência na política foi traumática para João Alfredo, quando era filiado ao PHS e foi vice-prefeito de Ribas do Rio Pardo por 18 meses. Ele renunciou ao mandato, conforme garante, por não compactuar com o titular, Robson Moureira. Ele acabou se notabilizando por denunciar o então prefeito, que acabou sendo alvo de oito ações por improbidade administrativa, sendo condenado em duas até o momento.
Outro ponto marcante na carreira do advogado ocorreu quando denunciou a farra das diárias na Câmara Municipal da cidade, que resultou na cassação de oito vereadores. Nenhum dos 11 acusados acabou se reelegendo na eleição seguinte.
“Tenho birra com a corrupção”, afirma João Alfredo. Este foi um dos motivos para escolher o PSOL, que considera limpo e com deputados federais e senadores atuantes no Congresso Nacional.
Ele não vê conflito nem com Boulos, que lidera o movimento dos sem-teto em São Paulo. O advogado explica que o presidenciável do PSOL é filho de médicos da USP, proveniente de família de classe média alta, mas fez opção de romper com tudo e morar com sem-teto.
Além do combate à corrupção, João Alfredo define como meta principal o investimento em educação. Para destacar que basta a vontade do governante, ele cita o exemplo do Maranhão, governado por Flávio Dino (PCdoB). Mato Grosso do Sul possui o mesmo PIB (Produto Interno Bruto) do estado nordestino, mas paga cerca de R$ 3,8 mil para os professores, enquanto os maranhenses recebem R$ 5,7 mil. “Só a educação para transformar o País, o Estado e os municípios”, prega.
A candidata a vice-governadora na chapa é Diná Freitas, 55 anos, de Terenos. Ela é ligada à agricultura familiar.
Outro candidato a governador é o ex-vereador de Campo Grande, Marcelo Bluma (PV), que declarou possuir patrimônio de R$ 1,374 milhão. O juiz federal Odilon de Oliveira (PDT), na primeira disputa, declarou possuir R$ 1,599 milhão.
Os dados são importantes para o eleitor ter uma noção da história do candidato e fazer a sua escolha para não se arrepender depois. Opção existe. Agora, alguns parecem que não possuem vergonha na cara mesmo ao tolerar os beneficiados com desvio de dinheiro público.