Criado para garantir créditos para pequenos empreendedores, o Banco do Cidadão se transformou em “instituição fantasma” e “cabide de empregos de parentes” na gestão do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). A denúncia foi publicada na manhã desta segunda-feira pelo jornal eletrônico Campo Grande News.
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Os fatos narrados são gravíssimos, porque mostra o abandono dos pequenos empreendedores por parte da administração estadual. O pior é o nepotismo, mesma prática adotada em algumas secretarias, como a de Educação.
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Desde o ano passado, conforme a denúncia, o Governo estadual não tem concedido financiamentos de R$ 1 mil a R$ 10 mil para pequenos empreendedores. Em plena crise, quando a população sofre com o desemprego, os empreendedores ficam sem o incentivo.
“Foi suspenso por falta de fundo, está sem capital de giro. Vocês da imprensa, mais do que ninguém, sabem. A retração do comércio, tudo fechando, fez com que ocorresse a inadimplência, um caos econômico”, explicou o coordenador do Banco do Cidadão, João Sales Filho.
A instituição é vinculada à Funtrab (Fundação Estadual do Trabalho), que era comandada pelo PRB, do pastor Wilton Acosta, e candidato a deputado federal. Após o partido oficializar apoio ao candidato da oposição, o juiz federal Odilon de Oliveira (PDT), o governador tirou a sigla do comando.
De acordo com o Campo Grande News, a informação na Funtrab é de que o Banco do Cidadão funciona no prédio da Quali Credi, que seria uma Oscip (organização da sociedade de interesse público e uma das marcas do PSDB). No entanto, a empresa negou que tenha parceria com o poder público.
Confira a denúncia do Campo Grande News
O jornal ainda denunciou o nepotismo na Funtrab. Wilton Acosta chegou a empregar a irmã, Arlei Coleone, com salário entre R$ 3,5 mil e R$ 4,1 mil, e a nora, Valkiria Gomes Xavier.
Não é o único caso de nepotismo na atual administração. No dia 6 deste mês, o juiz Marcel Henry Batista de Arruda, determinou, em sentença, a demissão do advogado Marcelo Salomão, do cargo de superintendente do Procon.
Ele é genro da secretária estadual de Educação, Maria Cecília Amendola da Motta, e se manteve em cargos em comissão com salários de aproximadamente R$ 15 mil até o início deste mês.
O mais grave do que transformar a Funtrab em cabide de empregos de parentes do então dirigente, é o abandono do financiamento dos pequenos negócios.
É a primeira vez desde 1999, quando Zeca do PT criou o Banco do Povo, que o Governo suspende o financiamento de pequenos negócios.
Na gestão do antecessor, André Puccinelli (MDB), o Governo mantinha o Banco da Gente.
A Funtrab nem Acosta se manifestaram sobre as irregularidades.
Reinaldo decidiu trocar o comando da Funtrab nesta segunda-feira. Ele exonerou o atual presidente, Anivaldo João da Silva Cardozo.
No entanto, não foi por causa das irregularidades. De olho na reeleição, o tucano mudou o comando porque o atual dirigente era ligado ao PRB, que fechou aliança com o juiz Odilon.
Agora, caso apoiasse o atual governador, o PRB deixaria o comando da Fundação Estadual do Trabalho?
Ah, o Brasil…
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