Para acabar com os boatos, o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira, 69 anos, foi o primeiro a ser oficializado como candidato a governador de Mato Grosso do Sul nas eleições deste ano. Filiado ao PDT e magistrado por 31 anos, ele promete priorizar o combate à corrupção, marca dos últimos três governantes, e resgatar a confiança da população.
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Sem citar os principais adversários na disputa, juiz Odilon prometeu por fim à prática de cobrar 30% de propina em troca da concessão de incentivos fiscais para atrair novas indústrias. Conforme delação da JBS, homologada pelo Supremo Tribunal Federal, a troca de isenção fiscal por isenção fiscal começou em 2003, na segunda gestão de Zeca do PT.
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A JBS ainda acusa o ex-governador André Puccinelli (MDB), que teve a prisão preventiva decretada nesta sexta-feira, de elevar o percentual da propina de 20% para 30%. Ele teria recebido R$ 112 milhões do grupo empresarial. O atual governador Reinaldo Azambuja (PSDB), conforme a denúncia, manteve o esquema criminoso e teria recebido R$ 38,4 milhões.
Outros três empresários acusaram a atual administração de só manter incentivos fiscais mediante pagamento de propina. Os dois casos são investigados em inquéritos abertos no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
“Não é papel do Estado trazer empresas para o propinoduto”, disse o candidato, conforme registro feito pelo jornal Midiamax. O pedetista disse que pretende incentivar a produção para desenvolver a economia e gerar novos empregos.
Odilon destacou que pretende ser a ruptura do atual sistema e atender o clamor popular para remover a corrupção da face do Mato Grosso do Sul. Apesar de este assunto ser espinhoso para o seu principal adversário, ele destacou que André é um problema do MDB e da Justiça criminal.
Apesar de contar com chapa pura, com a indicação do empresário e ex-superintendente da Fapec, Herbert Assunção Freitas (PDT) para ser o candidato a vice-governador, juiz Odilon conseguiu superar o estigma de Alcides Bernal (PP), que não conseguiu fechar aliança com nenhum outro partido para se eleger prefeito da Capital em 2012.
O candidato do PDT já conseguiu a formalização do apoio do Podemos, que vai compor a chapa com Chico Maia, como candidato a senador. A outra sigla confirmada é o PROS. Um dos principais articuladores da campanha, o decano João Leite Schimidt, ainda discute aliança com outros três partidos.
A outra vaga na chapa do Senado surpreendeu com a indicação da professora Leocádia Aglaé Petry Leme, ex-reitora da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e da Uniderp. A professora ainda foi secretária estadual de Educação na gestão de Pedro Pedrossian.
Com a formalização da candidatura, Odilon vai esperar a escolha dos adversários. O PSDB marcou para formalizar a candidatura de Reinaldo à reeleição no dia 4 de agosto, penúltimo dia do prazo legal para a realização de convenções.
Mesmo com André preso, o MDB manteve a convenção para o mesmo dia do tucano. Caso o emedebista não deixe a prisão até a próxima terça-feira, a cúpula pode busca um outro nome ou repetir a estratégia do PT, que tenta registrar a candidatura do ex-presidente Lula, mesmo preso em Curitiba (PR).
O PT fará a convenção para homologar a candidatura a governador do ex-prefeito de Mundo Novo, Humberto Amaducci, no próximo sábado. O PSOL deve lançar o advogado João Alfredo, enquanto o PV, o engenheiro Marcelo Bluma, e o PSTU, Suel Ferranti.
Com a prisão de André, que teria assumido a liderança da pesquisa para a sucessão estadual, o DEM e o PSC podem repensar as candidaturas a senador de Murilo Zauith e do procurador Sérgio Harfouche, respectivamente, para disputar o Governo.