A técnica em nível superior Clarinda Maria Pivetta suspeita que foi vítima de armação no caso envolvendo a tentativa de inserção de dados em planilha para tentar desviar R$ 17 mil do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. A principal linha da defesa é de que ela estava na hora de almoço e fora da sala quando houve a alteração da planilha no sistema da folha de pagamento do órgão.
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Na quarta-feira, O Jacaré publicou que o juiz Henry Marcel Batista de Arruda, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, aceitou a denúncia por improbidade administrativa contra a funcionária. Apesar da transação não ter sido efetuada e a servidor já ter sido punida administrativamente, com suspensão de 90 dias, a ação segue na Justiça.
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Arquivista concursada há 10 anos do Tribunal de Justiça, Clarinda mostra a avaliação obtida durante o estágio probatório para ressaltar o bom desempenho como servidora pública. Ela obteve conceito “excelente” e nota de 95% de aproveitamento.
Na época da irregularidade, ela era lotada no departamento de pessoal do Tribunal de Justiça e foi convocada, na tarde de 20 de janeiro do ano passado, para ajudar a digitar as planilhas de ação dos filiados do Sindijus (Sindicato dos Servidores do Judiciário), que ganharam o direito à correção para compensar a defasagem causada pela conversão da URV em real em 1994. Ela ficou com a parte de funcionários desligados do tribunal e falecidos.
Na semana seguinte, no dia 26, conforme o sistema de informática do Tribunal de Justiça, alguém alterou a planilha para a inserção da conta bancária de Clarinda para receber R$ 17.022,26 de um falecido.
Clarinda alega que os dados foram inseridos em seu computador no horário de almoço. Conforme o controle eletrônico de ponto do TJMS, ela deixou a sala para almoçar no refeitório das 11h58 às 12h37. A inserção dos dados ocorreu às 12h19. Ela ainda alega que não tem acesso à folha de pagamento para fazer o cálculo de valores.
Como sempre confiou nos colegas de sala, ela esclarece que nunca se preocupou em desligar ou computador ou protegê-lo com senha quando deixava o ambienta para fazer serviços rápidos ou almoçar.
O advogado Jorge Batista da Rocha também vai contestar as imagens anexadas ao processo administrativo. Ele explica que a cliente trabalha no piso superior do Tribunal de Justiça, mas foram anexadas imagens do térreo. O defensor considera, ainda, que as imagens não são nítidas para acabar com as dúvidas.
O processo tramita em sigilo, mas o nome de Clarinda foi publicado no Diário Oficial da Justiça. A sindicância administrativa concluiu que a falta foi grave, mas apenas para punição com suspensão, porque só houve a tentativa de desviar o dinheiro.
O Jacaré pede desculpas a Clarinda Maria Pivetta porque chegou a publicar que houve o desvio. No entanto, o despacho judicial é claro de que houve a intenção, que acabou não se concretizando.
A matéria anterior já foi corrigida.