Oficialmente, o Governo estadual celebra a queda da violência no Estado. No entanto, ao sair de casa, o cidadão deve esquecer a propaganda, porque os assaltantes estão violentos e matam até para roubar um celular na Capital. Só nos últimos dois meses, para roubar, bandidos mataram um universitário, um estagiário e até o “bom samaritano”.
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A última tragédia ocorreu na tarde desta terça-feira no Residencial Ramez Tebet, na saída para São Paulo. Abordado no ponto de ônibus, o estudante Gean Kaio da Costa Oliveira, 17 anos, negou-se a entregar o telefone celular e acabou atingido por um tiro no peito. Socorrido pelos bombeiros e pelo SAMU, o adolescente não resistiu e morreu.
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Oliveira não só estudava como trabalhava como estagiário no INSS (Instituto Nacional de Seguro Social).
Não é o único bom exemplo de bom menino a ser vítima da onda de violência que assola a cidade. No dia 12 deste mês, o universitário e militar da Base Aérea, Rafael Lucas Soares, 23, foi morto com três tiros por outro assaltante no ponto de ônibus. Ele estava no ponto de ônibus perto da residência no Bairro Coophatrabalho.
A violência não está confinada apenas na periferia. No Centro de Campo Grande, no cruzamento das avenidas Mato Grosso e Calógeras, o pedreiro Antônio Marcos Rodrigues de Souza, 34, se deu mal ao repetir o gesto do “bom samaritano”, um dos personagens das parábolas contadas por Cristo na Bíblia.
Ao tentar socorrer uma jovem, que era rendida por um assaltante, Souza acabou ferido a tesouradas e morreu no local. O crime ocorreu às 6h30 da manhã.
As vítimas poderiam ser condenadas porque não seguiram a risca a recomendação policial, de nunca reagir a assalto. No entanto, quando a reação é uma onda, algo está errado.
Apesar da propaganda ostensiva feita pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB), de que vem comprando viaturas novas, equipando e contratando mais policiais, a população está recorrendo à Justiça com as próprias mãos porque não está se sentindo segura no dia a dia.
Enquanto o noticiário é repleto de assaltos, a estatística oficial aponta queda d 11,7% no número de assaltos na Capital de 1º de janeiro até o dia 26 deste mês em relação ao mesmo período do ano passado, de 3.522 para 3.109.
Se for comparar com o mesmo intervalo do último ano da gestão de André Puccinelli (MDB), quando ocorreram 2.376 roubos, houve aumento de 30%, conforme dados da Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública.
O Governo não disponibiliza o número de latrocínios. O número de homicídios dolosos teve queda de 35% em quatro anos, de 67 para 43 na Capital.
Só que os dados estatísticos não se refletem no noticiário nem nas ruas, onde a sensação de insegurança é maior, apesar dos esforços do Governo em mostrar que houve melhora no combate à violência.
No último ano de André, 13 pessoas eram vítimas de assaltantes por dia em Campo Grande. Na gestão de Reinaldo, são 17 vítimas de ladrões armados.
Sem fazer crítica, algo mais precisa ser feito para reduzir a criminalidade, sem entrar no aspecto mais amplo do crime organizado, do narcotráfico e da guerra entre as facções criminosas.