O comprometimento do meio político sul-mato-grossense, com vários nomes importantes enrolados em denúncias de corrupção, o empresário Herbert Assunção de Freitas, 44 anos, surge como opção técnica para ser o candidato a vice-governador na chapa do juiz federal Odilon de Oliveira (PDT). Neste caso, o partido optaria por chapa pura para cumprir a máxima do magistrado de não ter acusados de corrupção.
[adrotate group=”3″]
Formado em administração de empresas e consultor em gestão pública há 20 anos, Herbet é o coordenador do programa de governo. Para deixar aberto o caminho para ser o companheiro de chapa, ele deixou o cargo de superintendente da Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura), da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, no último dia 6.
Veja mais:
Odilon sobrevive a boatos em 1º, enquanto André e Reinaldo resistem às denúncias em 2º
Atualmente, sócio da Imdico – Instituto Multidisciplinar de Consultoria, que presta assessoria de gestão e administração pública para prefeituras e câmaras municipais, o empresário faz doutorado em Ciências Econômicas na Universidade Nacional de Matanza, em Buenos Aires.
O empresário é uma das opções para ser vice de Odilon. A outra é da professora Reni Domingos dos Santos (PRB), esposa do senador Pedro Chaves (PRB). Neste caso, o casal faria parte da chapa do juiz federal aposentado.
Fakenews usa Delcídio para desgastar juiz
O juiz Odilon, pré-candidato a governador pelo PDT, foi vítima de fakenews no início do mês. Adversários usaram o senador cassado Delcídio do Amaral (PTC) para desgastá-lo.
Delcídio está inelegível até 2026 e não deverá reverter a condenação até as eleições deste ano.
Caso a Justiça autorize a candidatura, ele é filiado ao PTC, que é aliado de André Puccinelli. O ex-governador prestigiou a filiação à sigla do sócio do Correio do Estado, Antônio João Hugo Rodrigues.
Em quinto lugar nas pesquisas e na iminência de ser atropelado pelo procurador Sérgio Harfouche (PSC), Chaves apostaria no potencial de Odilon, que lidera as pesquisas, para tentar emplacar a difícil reeleição. O outro componente da chapa já está definido, o ex-presidente da Acrissul, produtor rural e empresário Chico Maia, candidato a senador pelo Podemos.
O desafio de Odilon não vai ser fácil, principalmente, pela falta de candidatos “ficha limpa” no meio político. Aliás, aqui cabe uma observação, ninguém foi condenado nem em primeira instância, mas carrega tantas suspeitas, que a maior parte do eleitorado já se antecipou até a segunda instância para emitir a sua própria sentença.
Nesse meio político enlameado, Herbert Assunção aparece como opção para ser candidato a vice-governador. “É possível fazer a diferença política série, honesta e correta”, defende.
“Não pode continuar como está, tem que ser ruptura com este estado de coisa”, prega, sobre a necessidade de mudar o rumo do Estado para dar resposta aos anseios da população. Sobre a falta de dinheiro para o governante atender as necessidades mínimas da população, o consultor tem uma resposta repisada inúmeras vezes pelos candidatos: “só gastar o dinheiro corretamente”.
“O crime de pistolagem já chegou em Campo Grande, o Governo virou as costas para a população, escolas estão caindo aos pedaços, a saúde é precária”, criticou a atual administração, ao fazer referência à execução do chefe da segurança da Assembleia, o 1º sargento Ilson Martins Figueiredo, morto com 35 tiros na Avenida Guaicurus.
Apesar de já ir treinando o discurso para subir no palanque, Herbert Assunção segue, a princípio, como coordenador do programa de governo do pedetista. No entanto, ele frisa estar a disposição do partido e não descarta ser candidato a vice.
A cargo do presidente regional do PDT, o decano João Leite Schimidt, e do filho do magistrado, o vereador Odilon Júnior, a montagem das alianças não tem sido fácil. As dificuldades existem apesar de liderar as pesquisas da sucessão estadual e contar com o apoio de dois presidenciáveis, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e do senador Álvaro Dias (Pode).
Novato na política e na disputa do primeiro cargo eletivo, o magistrado ainda não pegou totalmente as artimanhas da política. Nada que lhe tire o otimismo, a ponto de arriscar que pode levar a disputa no primeiro turno.
É uma previsão temerária, porque os adversários possuem envergadura e habilidade política não só para vencer, como não entregar o jogo de graça.
Não é atoa que o ex-governador André Puccinelli (MDB) e atual governador, Reinaldo Azambuja (PSDB), brigam nos bastidores para ver quem forma o maior arco de alianças.