Os donos de postos de combustíveis de Campo Grande decidiram aproveitar a queda no preço e a redução na alíquota do ICMS para ampliar em 61% a margem de revenda do combustível. Com a estratégia para lucrar mais, eles não repassaram integralmente a queda no custo do produto aos caminhoneiros, que lideraram greve histórica de 10 dias.
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Conforme pesquisa de preços da ANP (Agência Nacional do Petróleo), o diesel teve redução de 13,3% nas distribuidoras, enquanto o preço final ao consumidor caiu apenas 7,8% na Capital. O pior, o combustível até ficou 1,1% mais caro na última semana na Cidade Morena.
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Graças à paralisação dos caminhoneiros, o Governo federal decidiu zerar a cobrança de PIS/Cofins e da CIDE sobre o óleo diesel, o que causou redução de R$ 0,46 no preço do produto. Conforme a ANP, o preço praticado pelas distribuidoras teve queda de R$ 0,468, de R$ 3,497 para R$ 3,029.
Além disso, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), a seis meses do fim do mandato, decidiu cumprir a promessa feita na campanha de 2014 e reduziu a alíquota do ICMS de 17% para 12%. Esta mesma medida chegou a ser adotada por seis meses em 2015, o que significa que existe o risco do próximo ocupante da Governadoria revê-la em 2019.
Um dos motivos apontados pelo tucano para acabar com o benefício foi de que os postos não repassaram o preço ao consumidor.
Pelo jeito a ganância do brasileiro não muda, apesar do clamor popular para acabar com a famosa Lei de Gerson, como é conhecido o famoso jeitinho de levar vantagem em tudo.
Conforme a pesquisa da ANP, divulgada neste sábado, o preço médio do diesel no Estado acumula queda de 13,5% nas últimas três semanas, de R$ 4,162 para R$ 3,599. O menor valor teve redução de 16,7%, de R$ 3,95 para R$ 3,29 – valor praticado em Dourados.
Os postos de Campo Grande não repassaram ao consumidor final nem a queda dos famosos R$ 0,46 de Michel Temer (MDB). O preço médio na Capital chegou a cair 8,8%, mas já teve aumento de 1,10% na última semana.
O preço do diesel teve redução de 7,8% na cidade, de R$ 3,776 para R$ 3,48. O menor valor teve alta de 2,43% em uma semana, de R$ 3,279 para R$ 3,359.
De acordo com o levantamento da Agência Nacional do Petróleo, em três semanas, a margem de revenda teve aumento de 61% na Capital, de R$ 0,28 para R$ 0,451. Ou seja, os donos de postos aproveitaram a queda no preço para lucrar mais.
A manobra deixou os caminhoneiros sem o bônus completo obtido pela greve. Além de não sentir a queda dos 46 centavos, eles ainda não conseguiram nem sentir o gostinho de pagar menos imposto para o Governo do Estado.
A greve não mudou o preço da gasolina, que passou a barreira dos R$ 4 e não voltou mais a ficar abaixo deste valor. Nem a queda do tucano Pedro Parente do comando da Petrobras reverteu os números.
Na Capital, o preço médio da gasolina está em R$ 4,31, com o valor oscilando entre R$ 4,179 e R$ 4,399, conforme a pesquisa feita em 43 estabelecimentos.