O presidente Michel Temer (MDB) vai fazer o povo brasileiro pagar pela greve histórica dos caminhoneiros, que durou 10 dias e causou quase R$ 2 bilhões de prejuízos em Mato Grosso do Sul. Para interromper a paralisação, o Governo prometeu reduzir o preço do diesel, mas o valor da gasolina deve disparar.
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Somente com a paralisação, o preço da gasolina teve aumento de 13% em Campo Grande. Em 12 meses, o produto ficou 31% mais caro no Estado, conforme o levantamento de preços da ANP (Agência Nacional do Petróleo).
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Como os donos de postos ainda não repassaram o último reajuste da Petrobras, nova alta pode ocorrer nos próximos dias. A expectativa é que a barreira do produto passa a ser R$ 5 na Capital e no interior do Estado – valor que chegou a ser praticado por alguns donos de postos durante a paralisação dos caminhoneiros.
O preço médio do óleo diesel teve aumento de 5% no Estado durante a paralisação, de R$ 3,732 para R$ 3,923. No entanto, o custo deverá cair com a retirada da CIDE e do PIS/Cofins. A previsão é reduzir o preço em R$ 0,46 e mantê-lo congelado por 60 dias.
Gás de cozinha dispara
O preço do gás de cozinha disparou durante os dois anos da gestão de Michel Temer. Conforme a ANP, o valor médio oscilou de R$ 63,09 para R$ 73,28. O preço máximo saltou de R$ 75 para R$ 90, sem considerar o valor cobrado nesta semana quando houve desabastecimento.
O menor valor saltou de R$ 45 para R$ 58, conforme levantamento da ANP.
No entanto, Temer não acabou com a atual política da Petrobras, adotada pelo tucano Pedro Parente, para a gasolina, etanol e gás de cozinha.
Antes da paralisação, a gasolina era encontrada a R$ 3,97 nos postos de Campo Grande. Agora, mesmo com a intervenção do Procon, o preço oscila entre R$ 4,04 e R$ 4,49. Em um ano, o preço do litro subiu 31% no Estado, dez mais que a inflação acumulada no período.
Como houve novo reajuste na quarta-feira, de 0,74%, o preço pode ter novo reajuste nos próximos dias.
A esperança do campo-grandense é de que o representante dos postos tenha razão. Em entrevista ao Midiamax, nesta quinta-feira, o gerente executivo do Sinpetro, Edson Lazaroto, prevê que a concorrência acirrada entre os estabelecimentos reduza o preço nos próximos dias.
No entanto, com Pedro Parente usando o preço dos combustíveis para fazer caixa na Petrobras, dificilmente os preços devem cair tão cedo.
A manutenção do preço da gasolina é importante para o Governo do Estado, que cobra 17% de ICMS , e aposta na arrecadação para evitar queda maior na arrecadação. Reinaldo Azambuja (PSDB) aceitou reduzir o tributo sobre o diesel de 17% para 12%, mas descarta adotar a mesma medida para a gasolina.
A greve dos caminhoneiros mostrou que os combustíveis são considerados produtos de primeira necessidade. As intermináveis filas e o desespero da população, que chegou a dormir nos postos para garantir o abastecimento, revelam a nossa dependência deste produto fóssil.
Os governos possuem a mesma dependência, porque o setor é um dos poucos onde a sonegação é praticamente zero devido ao controle rigorosíssimo na bomba. Então, a lógica perversa é a seguinte: quanto maior o valor, mais rico fica o poder público.
Já os brasileiros ficam mais pobres, mas qual político está preocupado em interromper essa lógica danosa do nosso sistema?