Caminhoneiros em greve atiraram paus e pedras no comboio de carretas, mesmo com escolta de policiais e militares do Exército, na tarde desta terça-feira na BR-163, em Campo Grande. O ataque levou pânico aos motoristas obrigados a encerrar a paralisação e retomar ao tráfego nas rodovias.
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O Jacaré teve acesso a fotografias dos caminhões danificados pelos grevistas. Um dos veículos teve o para-brisa quebrado. Também houve danos na lataria e espelho retrovisor.
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Segundo um dos motoristas, que participava do comboio de 30 a 40 carretas, os militares do Exército e os policiais militares e rodoviários federais, não reagiram ao ataque dos caminhoneiros em greve.
O ataque ocorreu na altura de um posto situado às margens da BR-163, a três quilômetros do anel rodoviário. Em outro caso, um motorista foi escoltado para levar combustível até Dourados, a 220 quilômetros da Capital. No entanto, para retornar, o condutor foi obrigado a pagar R$ 250 para escolta de segurança particular para voltar a Campo Grande.
Os motoristas temem as ameaças e alegam falta de segurança. As transportadoras estão ameaçando demitir quem não retornar imediatamente ao trabalho. A indignação maior é que o reforço prometido pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jugman, não saiu do papel, ou melhor, nos meios de comunicação.
Em nota, o Comando Militar do Oeste informou que escoltou 72 comboios. Os militares garantiram o transporte de 1,4 milhão de óleo diesel, 866 mil litros de gasolina, 186 mil litros de etanol e 124 mil litros de querosene de aviação.
Apesar da ameaça aos caminhoneiros, o CMO informou que 2,5 mil militares e agentes de segurança pública foram empregados na operação.
No início da tarde desta terça-feira, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), decretou situação de emergência no Estado. Em nota, o Governo estimou prejuízos diários de R$ 100 milhões com a paralisação dos caminhoneiros.
A falta de combustível atinge 30 dos 79 municípios do Estado. Há risco de desabastecimento de remédios, alimentos e gás de cozinha.
O decreto de emergência permite ainda colocar a tropa de prontidão para eventuais intervenções e compras sem licitação.
Governado resolve cumprir promessa e reduzir ICMS do diesel para 12%
O governador Reinaldo Azambuja decidiu retomar a promessa de campanha e reduzir a alíquota do ICMS de 17% para 12%. No entanto, ele só encaminhará o projeto para o legislativo após o encerramento da greve dos caminhoneiros.
A redução foi a principal bandeira de campanha de Reinaldo em 2014. Logo após a posse, ele ensaiou colocar a promessa em prática, mas a redução no tributo durou apenas seis meses.
Agora, o governador teve a segunda chance para cumprir a promessa. Em reunião com o setor produtivo e até com representantes dos caminhoneiros, Reinaldo anunciou a proposta.
Contudo, ele exigiu o repasse da queda ao consumidor final por parte dos postos e o fim da greve dos motoristas autônomos.
Cerca de 2 mil caminhoneiros autônomos estão parados no Estado e devem discutir a proposta do governador ainda nesta noite.