O prefeito Marquinhos Trad (PSD) promoveu o engenheiro civil João Parron Maria, 60 anos, que ficará encarregado pela gestão de contratos de manutenção das vias rurais. Funcionário concursado do município há 37 anos e com salário de R$ 11,6 mil, ele é réu em 11 ações por improbidade e acusado de fraudar medições pela Força-Tarefa do MPE (Ministério Público Estadual).
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A nomeação para o cargo de gerente deixa a sociedade, indignada com as revelações dos esquemas escabrosos de corrupção, ainda mais estarrecida. O pior é que os políticos, como o atual chefe do Executivo, ignoram a chiadeira da população.
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Conforme edição extra do Diário Oficial de sexta-feira, Parron foi nomeado para cargo com DCA-8 na Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) e designado para exercer a função de gerente de Manutenção de Vias Rurais.
Parron ocupou cargo estratégico na gestão de Nelsinho Trad (PTB), irmão de Marquinhos, e integrou o suposto esquema que torrou R$ 370 milhões na operação tapa-buracos. Para a Força-Tarefa do MPE, ele fingia fiscalizar, tolerou serviço mal feito e ainda deu legalidade ao esquema para desviar dinheiro por meio da manutenção de vias pavimentadas.
Ao lado de Nelsinho, Parron é réu em 11 ações por improbidade, que pedem o bloqueio de R$ 2,9 bilhões. A Justiça concedeu oito liminares determinando o bloqueio de mais de R$ 1,1 bilhão do grupo.
Parron ainda foi flagrdo na Operação Lama Asfáltica, da Polícia Federal, recebendo orientações diretamente do empresário João Amorim, dono da Proteco, e preso três vezes por determinação da Justiça Federal. Ele orientava o engenheiro como proceder na secretaria para facilitar o pagamento dos envolvidos no suposto esquema criminoso.
Apesar das denúncias, Marquinhos mantém as práticas do irmão. O cargo para Parro não é o único gesto que mostra desprezo com as investigações feitas pela PF e MPE.
Duas empresas ganharam a licitação e foram contratadas para realizar, de novo, a operação tapa-buracos. A Pavitec, que pertence à ex-secretária municipal de Finanças, Eva Salmazo, e teria desviado R$ 19,7 milhões dos R$ 22,3 milhões pagos na operação tapa-buracos, vai receber R$ 10,033 milhões pela manutenção de duas regiões.
A Diferencial, que chegou a ter R$ 1,043 bilhão bloqueados, também ficou com dois contratos e receberá R$ 8,9 milhões.
Apesar dos esforços dos promotores e das cobranças da sociedade, a operação tapa-buracos seguirá como ralo do dinheiro público. O Tribunal de Contas do Estado interveio e reduziu o valor dos contratos. No entanto, no mês de março, em entrevista ao Correio do Estado, o prefeito Marquinhos Trad informou que os R$ 34 milhões orçados para o ano todo só deveriam ser suficientes para garantir a operação até junho.
Ou seja, como aconteceu na gestão de Nelsinho, ele já antecipou que poderá realizar aditivos milionários antes do contrato completar um ano.
Não é a primeira vez que Marquinhos aditiva o tapa-buracos. No início do ano passado, quando o Governo estadual ajudou na recuperação, ele contratou sete empresas sem licitação por R$ 19,9 milhões, mas acabou elevando os contratos para mais de R$ 24 milhões.
Outro problema na manutenção de vias públicas, no caso as sem pavimentação. Das 11 empresas habilitadas para disputar os contratos de R$ 30 milhões, conforme o Top Mídia News, sete foram citadas na Lama Asfáltica.
Como Marquinhos prometeu seriedade no trato da coisa pública, a população não deixa de ter razão ao se revoltar com a manutenção dos maus costumes.