Famoso apresentador de TV por alertar a população a não cair nas mãos de golpistas, o deputado estadual Maurício Picarelli (PSDB) admite, em nota à imprensa, que foi uma das 25 mil vítimas do golpe aplicado pela suposta organização criminosa chefiada pelo empresário Celso Éder Gonzaga de Araújo. Na esperança de “lucro fácil” e considerável, o tucano estava disposto a vender uma mansão avaliada em R$ 1,4 milhão para dar todo o dinheiro aos golpistas.
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Assim como as principais vítimas do suposto golpista, o deputado é evangélico. Conforme a Operação Ouro de Ofir, desencadeada em novembro passado pela Polícia Federal, o grupo apelava a fé em Deus para aplicar os golpes. Celso está preso desde então.
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Da cadeia, ele contratou o ex-presidente do Tribunal de Justiça e desembargador aposentado, Luiz Carlos Santini, para executar quatro cheques emitidos por Picarelli, que estavam sem fundos. A dívida soma R$ 1,664 milhão, contabilizando-se a correção monetária e os honorários advocatícios.
Com a divulgação da história, Picarelli decidiu rebater as insinuações de que poderia estar envolvido com criminosos.
Famoso pelo bordão “não assine nada sem ler” e por usar o porrete para alertar à população contra a ação de golpistas, ele se apresenta como uma das 25 mil vítimas dos golpistas. Ele aplicou R$ 53,9 mil por meio de três cheques na operação Au Metal, que a empresa de Celso Éder, prometia pagar lucros consideráveis.
Político experiente, na Assembleia Legislativa desde 1987 e no 8º mandato de deputado estadual, o tucano disse que estava disposto a investir uma fortuna no “negócio” e colocou a mansão no Bairro Itanhangá a venda por R$ 1,4 milhão.
Devido à demora em concretizar o negócio, o próprio golpista se ofereceu para comprar a casa e teria sinalizado pagamento por meio de depósitos e cheques. O deputado não informa o valor supostamente pago por Gonzaga, preso há cinco meses.
Picarelli explica que ao ouvir o “múrmurios” sobre atraso no pagamento e na divisão de lucros sustou os quatro cheques. Na época, ele tentou conversar com o empresário, mas nunca o encontrava diante das constantes viagens. Éder foi preso em 11 de novembro pela Polícia Federal.
O caso foi repasso para a Justiça Estadual. O juiz Wilson Leite Corrêa, da 4ª Vara Criminal de Campo Grande, marcou a audiência de instrução e julgamento para o dia 14 de maio, a partir das 13h30.
Talvez no depoimento, o empresário esclareça os negócios com Picarelli. Ele sempre negou que tenha praticado golpes.
Confira a nota na íntegra:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Mauricio Picarelli
No que se refere a publicidade neste veículo de comunicação, quanto a cobrança de 1,6 milhões por parte de Celso Éder Gonzaga de Araujo, que é indiciado na operação Ouro de Ofir tem a esclarecer, o mesmo que foi dito ao Dr. Luis Carlos Santini que ouviu a pessoa de Mauricio Picarelli em seu escritório, antes de ajuizar a presente ação de cobrança.
Esclarece:
- Foi convidado pelo indiciado para participar da operação AU Metal, que prometia lucros consideráveis.
- No mês de junho foi lhe solicitado, para assegurar o negócio, valores distintos, quando foram emitidos três cheques no valor total de R$ 53.993,00.
- Naquela ocasião como não possuía o valor correspondente para o aporte financeiro, entendeu por bem emitir um cheque em garantia, até a venda de um imóvel no valor de R$ 1,4 milhões de reais situado no Itanhangá Park.
- Como a venda não se concretizava, e o emitente dos cheques se via em situação difícil para conseguir o aporte exigido, o denunciado Celso Èder ofereceu compra do imóvel, chegando a adiantar por meio de deposito bancário e cheques alguns valores para assegurar o negócio.
- Com murmúrios que a operação AU Metal e Outras, não estavam dividindo os lucros e eram duvidosas, os cheques dados em garantia foram sustados.
- Posteriormente não houve mais contado com o denunciado Celso, pois o mesmo nunca se encontrava nesta cidade, sempre viajando. Impossibilitando assim qualquer tipo de entendimento quanto ao negócio em aberto, resultando nesta cobrança.
O que será provado na ação judicial.
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