André Puccinelli (MDB) está com o discurso pronto para disputar o governo pela terceira vez. Nesta semana, o emedebista conseguiu superar o desgaste causado pela prisão, decretada pela Justiça Federal em novembro passado, mostrou reação nas pesquisas e ainda desfalcou a base de Reinaldo Azambuja (PSDB), que tem o controle da máquina administrativa. Odilon de Oliveira (PDT) segue com a mesma perspectiva.
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Alvo da primeira denúncia na Operação Lama Asfáltica, que apura o suposto desvio de R$ 142 milhões dos cofres públicos, Puccinelli conseguiu mostrar força no atual cenário. Duas pesquisas divulgadas neste mês atestam a reação do presidente regional do MDB.
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Na primeira pesquisa do Vox Populi, encomendada pela Fiems, aliada da gestão tucana, Puccinelli aparece em segundo lugar na estimulada, com 23%, atrás de Odilon, com 30%, mas bem na frente de Reinaldo, com míseros 9% na Capital.
Maior colégio eleitoral e fundamental na eleição do governador, Campo Grande é o primeiro indicativo de quem está em condições de ganhar o pleito. Reinaldo tem o mesmo percentual de Nelsinho Trad (PTB), com 7%, que já propagou ser candidato ao Senado. Ricardo Ayache (PSB) fica com 2%.
Na espontânea, André lidera com 12%, contra 10% de Odilon e 5% de Reinaldo. Os demais candidatos somam 2%. A grande maioria dos eleitores, 51%, não escolheu o seu candidato a governador.
A pesquisa Ranking, que fez a sondagem de alcance estadual, aponta Odilon na frente, seguido por André e Reinaldo. No levantamento anterior, o emedebista estava em terceiro. Agora, trocou de posição com o tucano.
Com a abertura de janela partidária, Puccinelli conseguiu desfalcar a base de Azambuja. O deputado estadual George Takimoto trocou o PDT pelo MDB. Ele não seguiu o caminho de outros colegas, como Felipe Orro e Beto Pereira, que migraram para o PSDB.
O PSB, que deve apoiar a candidatura de Puccinelli a governador, ganhou a filiação de Elizeu Dionízio. Fiel ao presidente Michel Temer (MDB) e Reinaldo, o parlamentar trocou de partido para apoiar o emedebista.
O apoio do PSB ao ex-governador fez o ex-prefeito de Dourados, Murilo Zauith sair da sigla e se filiar ao DEM. Ele já foi vice-governador no primeiro mandato de André, mas pode abrir via alternativa na sucessão estadual.
O governador ganhou apoio estratégico para tentar reverter a falta de apoio em Campo Grande: a família Trad. Nelsinho Trad (PTB) pode disputar o senado na chapa de Azambuja e carrear o apoio dos irmãos ao tucano, o prefeito da Capital, Marquinhos Trad (PSD), e o deputado federal Fábio Trad (PSD).
O único problema é que Nelsinho, líder na disputa da vaga de senador, não conseguiu transferir o prestígio na primeira tentativa. Em 2012, ele não conseguiu eleger Edson Giroto, que perdeu no segundo turno para Alcides Bernal (PP), que concorreu sozinho, em chapa pura e contra todos.
Odilon segue na dianteira e com perspectiva de crescimento, considerando-se que a avaliação positiva chega a 71%, mais que o dobro dos principais adversários, e baixa rejeição.
Os mais apressados poderiam apontar queda do pedetista nas intenções de voto, mas as pesquisas não permitem comparação por causa da mudança nos critérios. A Vox Populi, por exemplo, incluiu Nelsinho, que não deve disputar o Governo e alcança 7%. A Ranking ampliou o alcance do levantamento de 17 municípios para todo o Estado, o que não permite o comparativo.
A esperança é que o Ipems, contratada para divulgar o levantamento pelo Correio do Estado, divulgue os números. No entanto, o empresário Antônio João Hugo Rodrigues, que deverá disputar uma vaga de deputado estadual na chapa de Puccinelli, ainda não achou “oportuno” divulgar as sondagens feitas apenas para consumo interno.
Como a eleição só deverá ocorrer em outubro, muita especulação, feita com o objetivo de confundir o eleitor, vai virar fumaça.