O ex-deputado federal Edson Giroto, o cunhado, Flávio Henrique Garcia Scrocchio, o empresário João Amorim, dono da Proteco, e o chefe de obras da Agesul e ex-deputado, Wilson Roberto Mariano de Oliveira, o Beto Mariano, foram presos na manhã desta sexta-feira. Eles estavam com a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal desde maio de 2016, mas estavam em liberdade graças ao habeas corpus concedido pelo ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal.
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Ao chegar à PF para se apresentar, acompanhado pelo advogado Valeriano Fontoura, Giroto, famoso pela calma e autocontrole, agrediu a repórter Midiamax, Mariana Rodrigues. Ela e o fotógrafo Cleber Gelio aguardavam na frente da Superintendência da PF em Campo Grande.
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Eles se apresentaram e ficaram presos porque o benefício foi revogado na terça-feira pela 1ª Turma do STF.Para o ministro Alexandre de Moraes, há provas suficientes nos inquéritos que apuram o desvio de aproximadamente R$ 300 milhões dos cofres públicos.
O grupo tentou impedir o retorno à cadeia e apelou ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região. No entanto, o pedido de Amorim e da sócia, Elza Cristina Araújo dos Santos, foi negado pelo desembargador Paulo Fontes, relator da Lama Asfáltica na corte.
Já o pedido de Giroto, da esposa, Rachel Portela Giroto, e do cunhado ainda não foi analisado pelo desembargador André Nekatschalow.
A prisão preventiva ainda inclui quatro mulheres, Elza, Rachel, a filha de João Amorim, Ana Paula Dolzan, e a herdeira de Beto Mariano, a médica Mariane Mariano de Oliveira. Elas tiveram a prisão preventiva convertida em domiciliar e vão ser monitoradas pela Polícia Federal.
Contudo, o grupo deve ficar preso até a 5ª Turma Criminal do TRF3 concluir o julgamento do habeas corpus. Dois desembargadores, Paulo Fontes e Maurício Kato, já se manifestaram pela revogação da prisão preventiva e soltura dos acusados. No entanto, o desembargador André pediu vistas do processo e adiou a decisão para o dia 19 deste mês.
O advogado criminalista Alberto Zacharias Toron, considerado um dos mais caros do País, tem assegurado que o grupo sai da cadeia em questão de dias. Ele também já recorreu ao STF contra a decisão da 1ª Turma.
A Lama Asfáltica pode ter novidades nos próximos dias. Além do empresário Ivanildo da Cunha Miranda, o primeiro delator na história do Estado na luta contra a corrupção, outros empresários estariam negociando colaboração com as investigações.
Além disso, o superintendente Luciano Flores, que assumiu no mês passado, promete ampliar a equipe de investigação responsável pela Lama Asfáltica.
O TRF3 deve definir, até o início de abril, o novo juiz titular da 3ª Vara Federal, sem magistrado desde a aposentadoria de Odilon de Oliveira, em outubro. O juiz substituto Fábio Luparelli pediu transferência para São José dos Campos (SP) após comandar a operação por cinco meses.
O atual encarregado é o juiz substituto Ney Gustavo Paes de Andrade, responsável pela determinação que levou à prisão dos envolvidos no escândalo.