O ex-secretário estadual de Fazenda e, atualmente, exercendo o cargo de assessor especial da Secretaria Estadual de Governo, Jader Rieffe Julianelli Afonso, cobrou a rápida devolução do telefone celular e do híbrido da Microsoft (uma espécie de tablet), apreendidos na Operação Máquinas de Lama, 4ª fase da Lama Asfáltica, realizada em maio do ano passado. No entanto, ele não forneceu as senhas de acesso aos equipamentos eletrônicos.
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Um dos 31 mandados de busca e apreensão foi cumprido na casa do assessor especial do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e titular do fisco na gestão de André Puccinelli (PMDB). Ele também foi alvo de mandado de condução coercitiva.
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Como já se passaram 10 meses, Jader requereu à Justiça Federal a devolução do seu telefone celular Samsung S7 SM, o híbrido da Microsoft, dois tablets (da esposa e do filho), documentos e termos de acordo com empresas não investigados na Lama Asfáltica.
A Polícia Federal e o MPF (Ministério Público Federal) foram contra a devolução dos equipamentos eletrônicos. O delegado pediu, via juízo, o fornecimento das senhas dos equipamentos eletrônicos do ex-secretário de Fazenda.
Em resposta à Justiça, o assessor especial da Segov voltou a requerer a imediata devolução do telefone celular e do híbrido, porque são fundamentais para a execução do trabalho e a dispensa do fornecimento de senha, porque não se lembrava mais do código de acesso.
Nesta terça-feira, o juiz substituto Ney Gustavo Paes de Andrade, da 3ª Vara Federal de Campo Grande, determinou o acesso do ex-secretário para fazer cópias dos documentos necessários, físicos e digitais.
O magistrado ainda o desobrigou do fornecimento de senha. No despacho, ele destaca que cabe à autoridade policial quebrar o código para ter acesso a híbrido da Microsoft.
Jader foi secretário estadual de Fazenda no segundo mandato de Puccinelli. Na gestão de Reinaldo, ele foi adjunto da pasta no início do mandato e depois transferido para a Governadoria como assessor especial.
Apesar dele ter sido um dos alvos da Operação Máquinas de Lama, o governador o manteve no cargo.
Outro conduzido coercitivamente para prestar depoimento na época foi empresário Ivanildo da Cunha Miranda, que aceitou fazer delação premiada em seguida e contribuiu para a próxima fase da investigação, denominada Papiros de Lama.
A demora da PF em concluir a investigação é a principal crítica do desembargador Paulo Fontes, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, à Operação Lama Asfáltica, que apura desvio de aproximadamente R$ 300 milhões dos cofres públicos.
No entanto, a falta de efetivo é um dos principais problemas da corporação. O novo superintendente, delegado Luciano Flores, admitiu a falta de pessoal para criar uma força-tarefa para comandar a operação.
Além de efetivo, em entrevista ao Campo Grande News, ele admitiu que o orçamento de R$ 11,7 milhões é outro entrave no combate à corrupção.
A demora compromete o processo e pode contribuir, principalmente, com injustiça.
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