Mais uma ponte de concreto armado e nova é destruída pelas chuvas em Mato Grosso do Sul. É a segunda entregue na gestão do ex-governador André Puccinelli (MDB) que não aguenta três anos. Desta vez, as águas de fevereiro causaram danos na ponte sobre o Rio dos Velhos, em Jardim, construída ao custo de R$ 897,4 mil e inaugurada no final de 2014.
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De acordo com o prefeito Guilherme Monteiro (PSDB), a força da correnteza levou um dos blocos de concreto e a ponte foi interditada, deixando isolada uma região produtora de carne e grãos. Só uma família corre o risco de ter prejuízos de R$ 1,2 milhão por não ter como escoar 20 mil sacas de soja.
É o reflexo da má administração, no mínimo dos recursos públicos. Os responsáveis pela obra, como a presidente da Agesul na época, Maria Wilma Casanova Rosa, e o ex-secretário estadual de Obras, Edson Giroto, são investigados pelo suposto desvio de recursos e má execução de obras de infraestrutura na Operação Lama Asfáltica.
Wilma assinou a contratação da SIPAV Construção e Incorporação Ltda para construir a ponte de concreto armado de 40 metros sobre o Rio dos Velhos, em Jardim, por R$ 897.440,70 em 25 de julho de 2014. Na época, a empreiteira teve prazo de 120 dias para executar a obra. O representante da empresa foi Rodrigo Oliveira da Costa, conforme extrato publicado no Diário Oficial do Estado.
No entanto, a ponte só aguentou três anos. Em decorrência da interdição, o prefeito de Jardim decretou situação de emergência para agilizar a reconstrução da obra sem licitação.
É a segunda ponte inaugurada na gestão emedebista e destruída pelas chuvas. Em 2015, a ponte sobre o Rio Santo Antônio, em Guia Lopes da Laguna, que faz divisa com Jardim, ganhou destaque nacional ao desmoronar diante das câmeras.
Esta ponte custou R$ 1,252 milhão e foi construída pela Wala Engenharia, conforme o contrato assinado pelo então presidente da Agesul, Wilson Tavares Cabral, e o representante da empreiteira, Nivaldo Rodrigues. Esta ponte foi inaugurada em abril de 2012, segundo a Agência Estadual de Empreendimento.
O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) gastou quatro vezes mais para reconstruir a ponte. O Governo desembolsou R$ 4,425 milhões para a empresa Prudenteca Sociedade Engenharia e Construções executar a obra em 180 dias. O contrato foi assinado em março do ano passado.
A diferença entre duas pontes está na extensão. Na gestão anterior, era 72 metros. Na atual, foram 80 metros.
Perícia da Agesul constatou falhas no projeto de execução, que contribuíram com o desabamento em 2015. O órgão ingressou com ação na Justiça contra a Wala em novembro do ano passado.
Agora, o órgão repetirá o mesmo procedimento na ponte de Jardim, que exigirá novos investimentos três anos após a conclusão. Uma auditoria vai verificar se houve falha na execução do projeto e apontar os responsáveis.
A destruição da ponte mostra o início da campanha eleitoral, já que o site do Governo destaca no título que a construção ocorreu em 2014. No entanto, não cita nominalmente o ex-governador na matéria, mas deixa claro que o empreendimento ocorreu na “gestão anterior”.
Pré-candidato a governador pelo MDB, Puccinelli tem nas obras de infraestrutura, que tiveram investimento de R$ 2 bilhões por meio do MS Forte, o principal mote da campanha eleitoral.
Além dele e Reinaldo, os outros pré-candidatos são o juiz federal Odilon de Oliveira (PDT) , e o ex-prefeito de Mundo Novo, Humberto Amaducci.
Como não houve manifestação do ex-governador sobre a polêmica obra até o momento, O Jacaré procurou sua assessoria de imprensa e publicará o retorno, assim que for disponibilizado.