Ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte, acredita que não será condenado pela segunda vez pela Justiça. Confiante de que provará a inocência no julgamento da ação penal por ocultação de bens e lavagem de dinheiro, que começou ontem na 1ª Vara Criminal, ele até lançou a ex-primeira-dama Andréia Olarte como pré-candidata a deputada estadual nas eleições deste ano.
Denunciados na Operação Pecúnia, realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) em agosto de 2016, eles são réus junto com o corretor de imóveis Ivamil Rodrigues de Almeida, o empresário Evandro Farinelli e a mulher, Christiane Frinelli. A sentença deverá ser propalada pelo juiz Roberto Ferreira Filho após o término das audiências, previsto para 6 de março deste ano.
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De acordo com o Ministério Público, o casal comprou R$ 4,1 milhões em imóveis em nome de laranjas, mas só conseguiu pagar R$ 2,863 milhões. Os pagamentos foram suspensos após Olarte ser afastado da prefeitura pelo Tribunal de Justiça em 25 de agosto de 2015.
A situação não está fácil para o ex-prefeito, que já foi condenado a oito anos e quatro meses por corrupção passiva pela Seção Criminal Especial do TJ. Ele corre o risco de ser preso quando esgotar a fase de recursos.
Atualmente, o advogado Renê Siufi ingressou com recurso especial para tentar anular a sentença no Superior Tribunal de Justiça.
No entanto, como foi condenado por um órgão colegiado, pelas regras da Lei da Ficha Limpa, Olarte não poderá disputar a eleição. Por isso, ele aposta no carisma da esposa para continuar na política.
A hipótese foi confidenciada a amigos do casal e durante o culto realizado domingo passado em sua residência. Olarte não frequenta mais a Igreja Assembleia de Deus, fundada por ele no Bairro Coophamat.
Em entrevista ao Campo Grande News, ontem à tarde no Fórum da Capital, ele ressaltou ter esperanças na absolvição. Com uma pasta de documentos para provar a “inocência”, o ex-prefeito mostrou-se confiante. “É a oportunidade de poder esclarecer, não só para o magistrado que vai julgar, mas com o tempo mostrar à população com documentos a nossa inocência”, afirmou o ex-prefeito.
A absolvição poderá impulsionar o sonho do casal de voltar para a política pelas portas da frente. Neste caso, ele ganha o primeiro argumento de que é perseguido pela fé religiosa e daria início à volta por cima.
Desde que foi afastado da prefeitura, Olarte passou por maus bocados. Ele ficou meses preso, viu-se obrigado a renunciar ao cargo de prefeito e ainda foi monitorado por meio de tornozeleira eletrônica por mais de ano. Só retirou o adereço em dezembro passado.
A eventual condenação por ocultação de bens e lavagem de dinheiro poderá estender o calvário do ex-prefeito por mais tempo, porque poderá ser preso para cumprir uma das penas.
Mesmo que seja condenada, a ex-primeira-dama poderá ser candidata, já que a lei só veta condenados por órgão colegiado. No entanto, a chance será menor se não for absolvida.
Considerando-se o atual cenário da política, com muitos investigados e denunciados por corrupção de olho no foro privilegiado, Andréia não será a única a dar trabalho para o eleitor separar o joio do trigo.
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