Cerca de dois meses após ser condenado pela primeira vez por porte ilegal de arma de fogo, o empresário João Alberto Krampe Amorim dos Santos, 64 anos, foi preso pela Polícia Federal por porte ilegal de 133 munições e de um revólver calibre 38. A revelação da prisão na Operação Papiros de Lama, denominação da 5ª fase da Lama Asfáltica, consta da denúncia feita no dia 31 passado pelo promotor Rogério Augusto Calábria de Araújo.
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Na ocasião, no dia 14 de novembro do ano passado, o dono da Proteco pagou fiança de R$ 4.685 (o equivalente a cinco salários mínimos) e foi liberado.
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Inicialmente, o juiz substituto Ney Gustavo Paes de Andrade, da 3ª Vara Federal de Campo Grande, determinou a condução coercitiva do empresário e o cumprimento de mandado de busca e apreensão em sua residência.
Conforme relato da delegada Kelly Bernardo Trindade, da PF, os agentes localizaram 78 munições de calibre 22 em uma latinha no closet do empresário. Como já tinha sido alvo de outras ações da Operação Lama Asfáltica, Amorim não considerou que a manutenção das balas seria crime e as manteve no mesmo local.
O empresário pediu para tomar banho, já que seria conduzido até a superintendência para prestar novo depoimento, e o policial avisou que faria inspeção no banheiro. João Amorim entregou o revólver 38 que estava embaixo do cesto de roupa suja no armário. Ele explicou que o guardava ali por causa dos netos.
O policial verificou que o registro da arma de fogo estava vencido desde março de 2017. Amorim acreditava que o certificado tinha validade até o fim do ano. Também foram localizadas 35 munições de arma calibre 38. Os policiais deram voz de prisão em flagrante por porte ilegal de arma.
Não é a primeira vez que o poderoso empresário é detido por um descuido. Em 9 de julho de 2015, na primeira fase da Operação Lama Asfáltica, Amorim foi preso por causa de dois revólveres. O terceiro, que foi alvo desta nova operação, ainda estava com registro válido.
Um revólver .38 da marca Rossi estava com o certificado vencido. O Taurus era de uma terceira pessoa. Na época, ele pagou fiança de R$ 10 mil para ser liberado.
Em depoimento à Justiça neste processo, Amorim revelou que um amigo esqueceu a arma de fogo em casa e ele decidiu guardá-lo no closet.
No entanto, segundo o juiz da 1ª Vara Criminal, Roberto Ferreira Filho, o boletim de ocorrência de extravio da arma só foi feito seis anos após a perda, em 31 de julho de 2014.
Em decorrência deste crime, ele foi condenado a um ano de prisão em regime semiaberto e ao pagamento de 10 dias-multa, o equivalente a dois salários mínimos. A pena foi convertida em prestação de serviços, mas acabou com a ficha limpa do empresário.
Roberto Ferreira Filho negou, na época, que o caso tramitasse em sigilo, como é o tratamento dado pela Justiça estadual à maioria das ações envolvendo a Lama Asfáltica.
Com a nova denúncia, o promotor pede a condenação de João Amorim pelo Estatuto do Desarmamento, com pena que pode varia de um a três anos de detenção.