Um erro da Polícia Federal, na Operação Lava Jato, causou uma dor de cabeça adicional ao pecuarista José Carlos Bumlai, 73 anos, famoso por ser amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Enfrentando um câncer e condenado a nove anos e 10 meses de prisão, ele e o filho, Fernando de Barros Bumlai, genro do senador Pedro Chaves (PSC), tornaram-se réus por porte ilegal de arma de fogo.
No dia 24 de novembro de 2015, com autorização do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, a PF desencadeou a Operação Passe Livre, uma das fases da Lava Jato. Além de prender Bumlai, que se preparava para prestar depoimento na CPI do BNDES em Brasília, os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão na casa dos Bumlai em Campo Grande.
Veja mais:
PF suspeita de repasse de R$ 11 milhões pela JBS a Bumlai
O alvo da operação era Guilherme de Barros Costa Marques Bumlai, mas os policiais entraram na casa 138 da Rua Beatriz de Barros Bumlai, que pertence a Fernando. No local, eles encontraram uma arma de fogo em nome de José Carlos Bumlai, que estava com o registro vencido desde agosto de 2011.
Bumlai e o filho foram autuados por porte ilegal de arma. O Ministério Público Estadual os denunciou em abril do ano passado. Nesta segunda-feira, conforme publicação no Diário da Justiça, o juiz Olivar Augusto Roberti Coneglian, rejeitou os argumentos da defesa e acatou a denúncia contra o pecuarista e empresário.
Bumlai e Fernando argumentaram que a prova é nula, porque foi recolhida em mandado de busca e apreensão nulo. Alegaram ainda que se trata de crime administrativo, porque apenas o registro estava vencido.
O pecuarista argumentou que estava residindo temporariamente na casa do filho. Ele tinha deixado a arma de fogo no cofre, que exigia acesso mediante senha e não oferecia risco à coletividade.
O juiz destacou que os policiais federais cumpriram o mandado de busca e apreensão no endereço correto, apesar de Fernando não ser o alvo da operação na ocasião. Naquele dia, os policiais recolheram documentos em cinco mansões da família Bumlai, que ficam na mesma rua, em homenagem a esposa do pecuarista, que morreu de câncer.
A agonia para acabar com este processo será longa. O magistrado designou audiência para ouvir as testemunhas e os réus somente para o dia 2 de outubro de 2018, a partir das 15h30.
Este não é o único problema de José Carlos Bumlai, condenado a nove anos e 10 meses por corrupção passiva e gestão fraudulenta pelo juiz Sérgio Moro.
Ele ainda é réu em outras ações no Paraná e no Distrito Federal.
1 comentário
Pingback: Lava Jato: juiz absolve amigo de Lula e devolve pistola apreendida após PF errar de casa – O Jacaré