Desde setembro deste ano, por determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça), a Polícia Federal investiga o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), pelo suposto recebimento de R$ 38,4 milhões em propinas da JBS, e pode desvendar o mistério envolvendo a quadrilha presa na quarta-feira pelo Batalhão de Choque. O grupo alega que roubou R$ 270 mil, suposta propina paga para o corretor de gado, José Ricardo Guitti, o Polaco, a pedido de Rodrigo Azambuja, filho do tucano.
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O Governo alega que a história é “estranha” e se movimenta, nos bastidores para “desvendá-la”, mas sem qualquer tipo de publicidade. A administração estadual tem razão.
Os policiais federais podem acabar com o mistério, já que monitoram a Governadoria por determinação do ministro Félix Fischer, do STJ. A investigação é sigilosa e nem o governador teve acesso ao inquérito até o momento.
Além da propina milionária da JBS, o STJ também investiga o pagamento de propina para integrantes da administração estadual, com base em denúncia feita pelo Fantástico, da TV Globo, em 28 de maio deste ano.
Todos os processos estão em sigilo e nem o governador teve acesso aos autos. O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, negou liminar para o tucano acompanhar a investigação. Ele deverá se manifestar novamente sobre o pedido.
A procuradora geral da República, Raquel Dodge, manifestou-se favoravelmente ao pedido do tucano. Em nova petição, o governador pediu urgência, porque pretende conhecer detalhes da investigação antes do recesso do Poder Judiciário, na próxima semana.
Enquanto isso, a Polícia Federal segue realizando diligências para encontrar provas de que a JBS pagou R$ 38,4 milhões em propinas em troca de benefícios fiscais. Em dezembro de 2015, Reinaldo concedeu isenção fiscal de aproximadamente R$ 1 bilhão para o grupo dos irmãos Joesley e Wesley Batista, presos em Brasília.
Caso tenha grampeado os personagens envolvidos com o governador, a PF terá provas se houve ou não o pagamento de propina a Polaco. Pela história contada pelo aposentado Luiz Carlos Vareiro, 61 anos, o filho do governador lhe contatou para recuperar os R$ 270 mil pagos a Polaco.
Conforme a investigação, a propina foi paga no estacionamento do Supermercado Comper, da Rua Joaquim Murtinho, na Capital, e seria levada até Aquidauana pelo comerciante Ademir José Catafesta, 62. No caminho, a quadrilha roubou o carro e o dinheiro. O empresário informou que lhe roubaram R$ 9 mil no boletim de ocorrência registrado no dia seguinte, quase 24 horas após o assalto.
Os supostos bandidos contaram que era R$ 270 mil e que teria sido encomendado por Rodrigo. Eles foram presos pelo Batalhão de Choque na quarta-feira passada e passaram a madrugada seguinte prestando depoimento ao promotor Marcos Alex Vera de Oliveira.
De acordo com o autos de prisão em flagrante de Luiz Carlos, preso com duas armas de fogo, disponibilizado pelo site do Tribunal de Justiça, os depoimentos demoraram quatro horas, e só terminaram na madrugada de quinta-feira.
No depoimento dele, ele conta que comprou o revolver por R$ 2,5 mil no camelódromo a pedido do filho do governador. A compra teria sido feita 15 dias antes do assalto.
A PF poderá ajudar o governador Reinaldo Azambuja no caso de armação. E não será a primeira vez que os policiais federais investigam um fato e descobrem outro mais grave.
Isso ocorreu na eleição de 2006, quando o grupo político do ex-governador André Puccinelli (PMDB), liderado pelo dono da gráfica Alvorada, Micherd Jafar Junior, e o ex-deputado federal Edson Giroto, armaram o flagrante para o então deputado estadual Semy Ferraz ser autuado por compra de votos.
Para azar do peemedebista, os telefones estavam gravados e a PF desencadeou a Operação Vintém, em que acusou Giroto, Jafar e o filho do ex-governador, André Puccinelli Júnior, de armarem a história para prejudicar Semy.
Agora, que é estranho qualquer um dos lados se envolverem nesta história com o Gaeco e a PF e olho, isso é!. Nem os aloprados petistas, que ficaram famosos em 2006, ao tentar comprar um suposto dossiê para prejudicar o senador José Serra (PSDB) e ajudar na reeleição de Lula, fariam coisa mais grotesca.
Acusados pelo roubo da propina estão soltos
A Justiça soltou os quatro envolvidos no suposto roubo do malote com R$ 270 mil, que continha propina paga por integrantes da administração estadual ao Polaco.
Foram indiciados e liberados Luiz, o cantor Jozue Rodrigues das Neves, 41, o representador autônomo Vinícius dos Santos Kreff, 24, e Jefferson Braga de Souza, 24.
Luiz Carlos Vareiro tinha dois revólveres calibre 38, mas só foi autuado por não ter o registro de uma das armas. A Justiça concedeu a liberdade ainda na semana passada.
O temor é de que algo grave aconteça com os envolvidos no suposto roubo. Além do promotor Marcos Alex, a Deco (Delegacia Especializada no Combate ao Crime Organizado) estaria investigando o ocorrido.