O empresário Celso Eder Gonzaga Araújo, 25 anos, preso na Operação Ouro de Ofir, da Polícia Federal, contava com 13 seguranças pessoais e ainda comprou uma pistola calibre 380 para se proteger das ameaças de morte. O jovem é acusado de usar a fé em Deus para aplicar golpes, principalmente, em evangélicos.
O dono da Company Consultoria Empresarial contou à polícia que tinha renda mensal média de R$ 200 mil. Com o suposto golpe, ele tornou-se um exemplo de sucesso aos 25 anos de idade.
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Além de ser preso por determinação da 3ª Vara Federal de Campo Grande, Celso foi preso por porte ilegal de arma. Na residência do empresário, no Bairro Chácara Cachoeira, os policiais federais encontraram a pistola 380 municiada e mais dois carregadores, que estavam no criado mudo do quarto.
No veículo, uma Land Rover, a PF localizou um revólver calibre 38 com a empunhadura com detalhes em ouro e um pedra de rubi. Na casa, a PF apreendeu R$ 700 mil em dinheiro.
O padrasto do empresário, o padeiro Joselito Carvalho Freitas, o Gaúcho, 55, também foi preso na ocasião por causa do revólver calibre 38 sem registro.
Para um empresário que vive no meio de evangélicos, apresentando-se como exemplo da prosperidade concedida por Deus, Celso adotava todas as medidas para se proteger. Ele disse que contava com 13 seguranças, sendo que três se revezavam por dia para fazer a sua escolta pessoal.
Apesar do “batalhão” de seguranças, que supera o efetivo da Polícia Militar da maioria das cidades de Mato Grosso do Sul, Celso, que se apresentava como cônsul da Guiné Bissau e juiz arbitral, começou a ter medo ao receber ameaças de morte por telefone e mensagens. Então, decidiu comprar a pistola 380, mas garantiu que nunca saiu de casa armado.
O revólver com detalhes em ouro é uma herança do avô, que morreu no dia 16 de outubro deste ano.
Outro integrante do grupo também andava armado até os dentes. O consultor Sidinei dos Anjos Peró, 55, tinha quatro armas de fogo em casa: duas pistolas 380 municiadas e quatro carregadores, um revólver calibre 22, uma pistola winchester de caça calibre 22 e uma caixa com 50 munições de pistola calibre nove milímetros.
Ele contou que já sofreu três tentativas de homicídio. No entanto, Peró não revelou aos policiais quem seriam os suspeitos pelos atentados.
Sidinei e Celso são acusados de integrar uma organização criminosa suspeita de dar golpes em 25 mil pessoas nas 27 unidades da federação. Eles recrutavam pastores para ajudar no plano.
Pessoas investiam na compra de títulos na esperança de ficarem milionários. Segundo relato da PF e das vítimas em grupos na internet, alguns chegaram a vender até a casa para dar o dinheiro ao grupo na esperança de ficar rico.
Celso Eder e Sidinei dos Anjos Peró conseguiram revogar as prisões por porte ilegal de armas de fogo, mas continuam presos por determinação da Justiça Federal, que converteu as prisões temporárias em preventivas.