O Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) deflagrou, nesta quinta-feira, a Operação Propaganda Enganosa, que apura o desvio de R$ 3 milhões por meio de contratos de agências com o Governo estadual entre os anos de 2012 e 2013. Com a denúncia, a “maldição da publicidade” também atinge a administração do ex-governador André Puccinelli (PMDB).
Escândalos envolvendo dinheiro destinado para propaganda marcaram as gestões de Wilson Barbosa Martins (PMDB) e Zeca do PT. O peemedebista chegou a ser alvo de uma única ação e foi absolvido após quase uma década.
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Já o petista ainda é assombrado pela “farra da publicidade”, deflagrada após revelação da ex-secretária da Subsecretaria de Comunicação, Ivanete Leite Martins, que apontou o desvio de R$ 130 milhões. Zeca chegou a ser absolvido em algumas das dezenas de ações, mas acabou sendo condenado em segunda instância pelo Tribunal de Justiça, tornando-o ficha suja e que poderá tirá-lo da disputa em 2018.
Agora, o Gaeco cumpriu oito mandados de busca e apreensão determinados pela Justiça na investigação que aponta a lavagem de R$ 3 milhões.
Conforme a assessoria de imprensa do MPE, que não divulgou os nomes das agências investigadas, há indícios da prática de crimes contra o patrimônio público, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Em 2012 e 2013, no segundo mandato de Puccinelli, as agências receberam R$ 3 milhões do Governo Estadual e repassaram essa fortuna para empresas de fachadas, que funcionavam no mesmo endereço, abertas em nomes de “laranjas” e com funcionários insuficientes para realizar o suposto serviço.
A investigação começou após comunicado do COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), que detectou a movimentação bancária suspeita – saque de altas quantias na boca do caixa.
O Gaeco conseguiu a quebra dos sigilos bancários das empresas envolvidas e confirmou as suspeitas. O dinheiro foi retirado em espécie pelos sócios as agências de publicidade investigadas.
Os promotores envolvidos na investigação não divulgaram os nomes dos investigados nem deram detalhes sobre como funcionava o suposto esquema.
Na época da “farra da publicidade”, o ex-governador Zeca do PT acusou o MPE de perseguição política, já que havia ampla divulgação da investigação e da apresentação de denúncias por parte da força-tarefa de promotores.
A nova estratégia do Gaeco vem sendo adotada desde a Lama Asfáltica, cujas ações tramitam em sigilo e não há a divulgação dos nomes dos denunciados à Justiça pelos desvios ocorridos na gestão de Puccinelli.
Aliás, o ex-governador peemedebista não é citado na Operação Propaganda Enganosa, apesar do desvio ter ocorrido no segundo e terceiro ano do segundo mandato.