Falta policiamento para inibir a ação de traficantes nas imediações de metade das escolas de Mato Grosso do Sul. Em 49,4% dos estabelecimentos já houve agressão de estudantes a professores ou funcionários. A maioria apresenta muitos sinais de depredação. E o percentual de estudantes sob efeito de drogas frequentando as aulas é o dobro em relação ao álcool.
Os números fazem parte do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2017, que fez o levantamento da violência nas escolas com base na Prova Brasil. O raio-X deve servir de ponto de partida para se debater ações para melhorar o ambiente escolar e garantir a segurança de crianças e adolescentes.
Para 50,3% dos professores e diretores, o esquema de policiamento para inibição de tráfico de tóxicos nas imediações das escolas é ruim (13,6%) ou inexistente (36,7%). Somente 26,2% consideram bom, enquanto outros 22,1% o apontam como regular.
A situação melhora um pouco em relação ao esquema de segurança para combater o tráfico de drogas dentro dos colégios, já que 27% consideram bom, e 27,8%, regular. No entanto, em 30% dos locais não existe qualquer tipo de policiamento para evitar o consumo ou venda de entorpecente. Em 14%, o sistema é considerado ruim.
A falta de controle acaba tendo reflexo no consumo de drogas entre os alunos. De acordo com a pesquisa, 13,2% dos locais registraram alunos frequentando a aulas sob efeito de droga ilícita. O percentual é mais que o dobro de discentes em sala de aula sob o efeito de bebida alcoólica.
Em 49,4% das escolas já houve agressão verbal ou física de alunos a professores ou funcionários. Em 67,6% houve agressão verbal ou física de alunos a outros alunos da escola.
Praticamente todos os estabelecimentos possuem sinais de depredação, como portas, vidros e janelas quebrados, lâmpadas estouradas, entre outros. No entanto, os sinais são muitos em 52,7% das escolas. Outras 43,6% registram poucos sinais de depredação.
A situação só não é pior, porque 49,9% dos estabelecimentos possuem bom esquema de policiamento para inibir furtos, roubos e outras formas de violência. No entanto, não existe ação para combater estes crimes em 23,6% dos locais. Em 6%, o esquema é ruim.
Os números revelam que a sociedade precisa debater mais as ações de combate ao tráfico de drogas nas escolas e meios de elevar a sensação de segurança da comunidade escolar.
Enquanto parte foca em polêmicas como “identidade de gênero” e “Escola sem Partido”, traficantes vão ganhando espaço no entorno e até dentro dos estabelecimentos de ensino.
Além de bons salários, boa formação e infraestrutura adequada, o professor precisa ter segurança para oferecer ensino de qualidade e garantir um futuro melhor para crianças e adolescentes.
O resto é demagogia ou hipocrisia.
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