A professora Ilza Mateus de Souza surpreendeu diretores, professores e integrantes da equipe ao se demitir, nesta terça-feira, do cargo de secretária municipal de Educação. Ela é a quinta baixa em 10 meses da administração Marquinhos Trad (PSD).
Da cota pessoal do prefeito, oficialmente, Ilza pediu demissão por “motivos pessoais”, descartando os boatos de que a mudança reflete briga por vaga de senador nas eleições de 2018. A exoneração foi publicada na edição do Diário Oficial de Campo Grande.
A demissão da professora, que já tinha superado a fase de desgaste com medidas polêmicas, como aquisição de uniformes, kits escolares e carteiras sem licitação, causou surpresa entre os funcionários da Semed.
Ela resistiu até a contratação milionária da Reverson Ferraz para o fornecimento dos uniformes, que foram entregues com atraso apesar do custo ter sido 81% superior ao pago no ano passado.
Com a saída de Ilza, o terceiro adjunto assume o comando da pasta. Desta vez, as mudanças premiaram a professora Elza Fernandes Ortelhado, que era adjunta desde o início da gestão de Marquinhos.
Ela é profissional de Educação Física, formada pela Escola Superior de Educação Física da Alta Paulista (Esefap), com pós-graduação em gestão escolar e políticas públicas pela UCDB (Universidade Católica Dom Bosco).
Efetiva da Rede Municipal de Ensino desde 1996, Elza foi diretora-adjunta da Escola Municipal Nazira Anache, diretora por 11 anos da Escola Municipal Virgílio Alves de Campos e coordenadora pedagógica da Escola Municipal Danda Nunes.
O problema da troca em pastas fundamentais, como educação e saúde, é a descontinuidade, mesmo que o prefeito continue o mesmo.
O irmão de Marquinhos, Nelsinho Trad (PTB), que luta para ser candidato a senador em 2018, teve duas titulares na pasta em oito anos, Maria Nilene Badeca e Maria Cecília Amendola da Mota.
André Puccinelli (PMDB) evitou trocar e manteve a mesma gestora, a professora Nilene, em oito anos.
O troca-troca não faz bem. Exemplo disso foi à gestão de Zeca do PT, que teve quatro secretários de Educação em oito anos na administração estadual.
As baixas na gestão de Marquinhos
Responsável pela campanha vitoriosa do atual prefeito, o “marqueteiro” Gildo Andrade foi o primeiro a desembarcar. Anunciado como integrante da equipe, como subsecretário de Comunicação, ele não chegou nem a assumir no dia 1º de janeiro em decorrência de briga nos bastidores. Ele foi substituído pela integrante da equipe na campanha, a jornalista Lidiane Kober.
A segunda baixa foi a secretária municipal de Gestão, Evelyse Ferreira Oyadomari, que pediu demissão alegando motivos pessoais. Ela foi substituída por Maria das Graças Macedo, que era adjunta.
Na época, a prefeitura negou que a demissão tivesse alguma ligação com suposto nepotismo, já que o esposo, Jairo Norikasu Oyadomari, era supervisor no gabinete do prefeito com salário de R$ 10,8 mil, e o filho, Alexandre Tibana Yoadomari, era assessor na Secretaria Municipal de Educação.
Em agosto, ocorreu a terceira baixa. Maria Angélica Fontanari de Carvalho e Silva pediu demissão da Secretaria Municipal de Assistência Social. Ela foi substituída por José Mario Antunes da Silva.
Ainda em agosto, o ex-deputado estadual Lauro Davi pediu demissão do cargo de presidente do IMPCG (Instituto Municipal de Previdência). Ele não gostou da demissão do professor Geraldo Alves Gonçalves, ex-presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), que ocupava o cargo de diretor de Previdência.
Lauro foi substituído por Camila Nascimento de Oliveira, que vai implementar o pacote de maldades, elevar a alíquota de contribuição da previdência dos servidores de 11% para 14%.