O ministro Edson Fachin, responsável da colaboração premiada da Odebrecht no Supremo Tribunal Federal, abriu mão e a denúncia sobre o suposto pagamento da propina de R$ 400 mil ao ex-governador e deputado federal Zeca do PT deve ganhar um novo relator. Somente o novo responsável pelo caso, a ser definido pela presidente, ministra Carmem Lúcia, vai definir se autoriza a Polícia Federal a retomar as investigações sobre o caso
Em agosto, antes de deixar o cargo, o procurador geral da República, Rodrigo Janot, manifestou-se pela concessão de mais prazo para a PF concluir o inquérito.
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Caldo e Pescador foram citados em delação de empresários
A denúncia surgiu em abril deste ano, quando dois delatores João Antônio Pacífico Ferreira e Pedro Augusto Carneiro Neto, citaram o petista e o ex-governador do Mato Grosso e atual ministro da Agricultura, Blair Maggi.
No departamento de Operações Estruturadas da construtora, mais conhecido como setor de propina, eles foram identificados por apelidos. Zeca seria o “Pescador” e teria recebido R$ 400 mil. Blairo era o “Caldo”,que ficou com R$ 12 milhões.
O pagamento foi feito após a empreiteira pressionar pelo pagamento de precatórios, que acabaram sendo reconhecidos por meio de Comissão Especial. No entanto, os políticos e os integrantes do grupo foram contemplados por propinas, segundo a delação premiada.
Como acabou não disputando o Senado, como planejava na época, Zeca cobrou o dinheiro e o repassou a Delcídio, que fez várias reuniões com os dirigentes da empreiteira.
Os policiais federais devolveram o processo ao STF e pediram mais prazo. No entanto, como não vê relação com a Operação Lava Jato, Janot opinou pela redistribuição do caso. A retomada da investigação ficará a cargo do novo relator.
O deputado federal Vander Loubet (PT) também foi citado na mesma época e o caso redistribuído no STF para novo relator, o ministro Celso Mello, que autorizou mais 90 dias para a conclusão do inquérito.
Já denúncia contra o ex-governador André Puccinelli (PMDB), que não tem foro, ainda nem chegou à Justiça Federal em Campo Grande. Para quitar esta dívida, o peemedebista exigiu desconto e propina de R$ 2,3 milhões da Odebrecht.
O valor teria sido ao operador do peemedebista na época, o empresário João Alberto Krampe Amorim, que aproveitou e cobrou mais R$ 300 mil para a campanha de deputado federal de Edson Giroto.
Não se tem notícia da abertura da investigação para pagar este caso.
Zeca do PT negou ter cobrado propina e cita o fato de não ter disputado nenhum cargo eletivo de 2006. “Ocorreu um erro enorme”, reagiu em abril, ao tomar conhecimento da suposta delação.
Puccinelli também rechaça que tenha cobrado propina. Ele chegou a destacar, em entrevista ao Campo Grande News, que irá provar a verdade dos fatos para derrubar a versão dos delatores.
Vander também negou que tenha recebido R$ 50 mil para a campanha.