Nesta terça-feira, o Senado deve decidir se mantém o afastamento do senador Aécio Neves, presidente nacional licenciado do PSDB, acusado de corrupção, obstrução à Justiça, entre outros. Os senadores sul-mato-grossense Pedro Chaves (PSC), Simone Tebet e Waldemir Moka, ambos do PMDB, vão dar salvo conduto para o mineiro praticar os crimes, como matar, pedir propina ou integrar organização criminosa?
No dia 11 deste mês, o Supremo Tribunal Federal, com o voto da presidente, a mineira Carmem Lúcia, mudou o entendimento e, para favorecer o tucano, decidiu que cabe ao Congresso decidir sobre o afastamento do cargo de parlamentar.
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Simone, Moka e Pedro Chaves vão debochar do povo?
A decisão foi articulada pelos senadores pegos com a boca na botija na polêmica Operação Lava Jato e pelos aliados de Aécio. Além de chocar a sociedade brasileira, porque tinha esperança na última instância da Justiça, os ministros do STF decidiram, em placar apertado, de 6 a 5, favorecer os suspeitos de toda ordem de crime.
Agora, os senadores vão decidir se Aécio pode usar o mandato de senador para praticar os crimes e ficar impune. Será que Simone vai salvar o senador mineiro, só porque não é candidata nas eleições de 2018?
Moka e Chaves, que encerram os mandatos e precisarão recorrer ao sufrágio universal para continuar, vão achar que o povo vai esquecer o voto desta terça-feira e, em caso de salvar o tucano, e bastará o dinheiro para serem reeleitos?
Ultimamente, a classe política tem debochado do povo, que garante seus salários e mordomias ao manter os esquemas de corrupção e a impunidade dos envolvidos nos crimes.
Filho de família tradicional mineira, herdeiro do presidente Tancredo Neves, que morreu antes de tomar posse em 1985, Aécio tornou-se a versão de Eduardo Cunha no Senado. Apesar das evidências segue forte, agindo impunemente.
Simone até já se manifestou a favor do senador mineiro e criticou a decisão do STF de afastá-lo do cargo.
Para a senadora, tão preocupada com a independência dos poderes, o fato de Aécio propor a designação de alguém que possa matar para que não corra o risco de ser alvo de delação premiada, não é grave.
Simone, Moka e Pedro Chaves não censuraram, ao menos, o senador mineiro por ter defendido a obstrução da Lava Jato, com a nomeação de delegados da Polícia Federal com a missão de encerrar a investigação e deixar os corruptos em paz.
Eles não condenaram ainda o senador que pediu, em gravação telefônica clara e sem qualquer chance de dúvida, propina de R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista.
Caso votem contra o afastamento de Aécio Neves, Simone, Moka e Chaves estarão dando passo decisivo para sepultar o combate à corrupção no País, porque darão permissão para um único brasileiro agir fora da lei, nem que isso custe a vida de alguém.
Caso votem contra o afastamento de Aécio, os senadores vão dar as costas ao povo brasileiro e participar do conchavo criminoso para salvar o mandato de Michel Temer (PMDB), o presidente acusado de corrupção, obstrução da Justiça e de chefiar uma organização criminosa.
Não houve mega protestos contra Aécio Neves nem Temer, mas pesquisas apontam que quase 90% dos brasileiros querem que eles sejam julgados e punidos pelos eventuais crimes que tenham cometidos.
Se uma mala com R$ 2 milhões não é prova, é melhor os nobres senadores voltarem a ficar em casa para recuperarem a noção de realidade.
O brasileiro está cansado de impunidade e de político esperto passando a perna em toda uma nação.
Senadores não antecipam voto
Os três senadores de MS evitaram antecipar voto na sessão desta terça-feira sobre o afastamento de Aécio Neves.
Em enquete do G1, Simone e Pedro se mostraram indecisos ou não quiseram se posicionar.
Moka evitou responder a pergunta.
Matéria editada às 10h54 para incluir esta informação.