Relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), do Ministério da Fazenda, identificou repasse suspeito de R$ 11 milhões do grupo J&Fao pecuarista sul-mato-grossense José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A Eldorado Celulose, empresa do grupo em Três Lagoas, movimentou R$ 21,8 bilhões em operações suspeitas.
O documento com a relação dos políticos e empresários beneficiados será alvo de investigação da Polícia Federal para verificar se houve crime ou não nos repasses, que somam R$ 248 bilhões entre 2003 e 2017.
Os dados foram divulgados pela Revista Veja deste fim de semana e pela TV Globo. Integrantes de vários partidos são citados. Os pais do ex-ministro Gedel Vieira Lima, Marluce Quadros Vieira Lima e Afrísio de Souza Vieira Lima, movimentaram R$ 34 milhões, senod R$ 4,2 milhões de créditos da JBS ou empresas do grupo.
O operador financeiro do PMDB, Lúcio Funaro, preso em Brasília e que teve delação premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal, recebeu R$ 30 milhões.
Bumlai foi citado pelo órgão do Ministério da Fazenda por não haver justificativa econômica e ser incompatível com a situação econômica do grupo, de acordo com a Veja. A Usina São Fernando, em Dourados, está em recuperação judicial.
José Carlos Bumlai informou à revista o que tem condições de comprovar que os pagamentos foram lícitos. Ele é pecuarista e o repasse foi proveniente da venda de bois aos frigoríficos do grupo.
Além do produtor rural, houve movimentação suspeita na Eldorado Celulose, empresa da J&F em Três Lagoas, que movimentou R$ 21,8 bilhões de forma irregular. A empresa foi vendida para um grupo asiático.
O relatório vai embasar a investigação da PF, que apura o pagamento de propinas pelos empresários Joesley e Wesley Batista para 1,8 mil políticos, inclusive para sul-mato-grossenses.
O grupo acusa pagamento de propinas ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que teria recebido R$ 38,4 milhões, ao ex-governador André Puccinelli (MDB), com R$ 112 milhões, e ao deputado federal Zeca do PT, do qual não apontam valores nem apresentaram provas.
No entanto, os três não são citados no relatório do Coaf, divulgado pela Revista Veja, porque não teria ocorrido repasse direto.
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