Mantendo a tradição familiar, de garantir empregos aos consanguíneos, o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), aproveitou a realização do concurso público realizado no ano passado para efetivar a prima, a advogada Laura Maria Siufi, irmã do deputado estadual Paulo Siufi (PMDB).
No entanto, só havia um pequeno problema: o edital previa duas vagas para auditor em serviços de saúde – Direito, mas a prima foi aprovada em 7º lugar. Como as previstas já tinham sido preenchidas, nesta terça-feira, a Prefeitura de Campo Grande resolveu o inconveniente e convocou mais cinco aprovados, do 3º ao 7º colocado.
Laura foi convocada para apresentar a documentação e tomar posse como auditora em saúde. Mais sorte teve os outros quatro, que conseguiram pontuar o suficiente para ficar antes da prima de Marquinhos e serem efetivados no serviço público sem ter parentesco nenhum.
Conforme o edital, o salário de auditor pode chegar a R$ 10 mil – vencimento inicial de R$ 2,5 mil, abono de R$ 831,63, mais 100% de gratificação de dedicação exclusiva e mais 100% de gratificação de função.
A advogada já ocupou cargo comissionado na gestão de Gilmar Olarte, quando foi indicada para ser a coordenadora de benefícios do IMPCG (Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande).
Ela estava na cota do irmão. Segundo denúncia na Operação Coffee Break, Paulo Siufi fez acordo com Olarte de ter direito a um determinado número de cargos para votar a favor da cassação de Alcides Bernal (PP).
No entanto, a garantia de cargos para familiares é, digamos, um costume da família Trad. Marquinhos até se envolveu em polêmica na campanha eleitoral do ano passado ao ser obrigado a explicar a nomeação, sem concurso, para trabalhar no gabinete do pai, o então deputado estadual Nelson Trad.
De acordo com a denúncia, durante seis meses, ele recebeu salários da Assembleia, enquanto cursava a faculdade no Rio de Janeiro.
Controladoria exigiu a convocação de mais aprovados, diz prefeitura
A Prefeitura de Campo Grande negou favorecimento à prima do prefeito Marquinhos Trad. A convocação de mais aprovados no concurso foi necessário para atender a demanda da Controladoria-Geral do Município, criada na atual administração.
Dos sete auditores convocados, quatro vão ser lotados na Secretaria Municipal de Saúde e três irão para a Controladoria. Laura acabou sendo beneficiada porque houve necessidade para atender ao novo órgão.
De acordo com a Secretaria Municipal de Gestão, o concurso previa duas vagas e teve 54 inscritos. No entanto, somente 26 foram aprovados.
Para não deixar dúvidas de que não houve favorecimento, a assessoria do prefeito citou outros cargos no mesmo concurso que tiveram a convocação de um número maior de aprovados em relação as vagas previstas.
Para o cargo de enfermeiro, eram 54 vagas, mas o município já convocou 136 aprovados. Para técnico em radiologia eram oito vagas, mas foram convocados 15.
Houve a contratação de 137 psicólogos aprovados no concurso, apesar do edital ter previsto apenas 10 vagas, segundo a assessoria.
1 comentário
Péssima profissional. No era Olarte ela era chefe da auditoria no IMPCG. Mal víamos a bonita. Só fala de festa, de perfume e de macho. O marido dela era cargo tbm na sesau.