Assessor especial da Prefeitura de Campo Grande, o ex-prefeito de Naviraí, Leandro Peres de Matos, o Leo Matos (PSD), tornou-se réu por corrupção passiva e ativa pelo suposto pagamento de R$ 150 mil em troca de apoio ao então vereador Marcus Douglas Miranda.
Ele também foi denunciado pelo MPE(Ministério Público Estadual) por se apropriar de recurso e bens públicos para garantir a participação de servidores municipais na Copa da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Gross do Sul) em 2015.
No ano passado, ele não conseguiu a reeleição em Naviraí. No entanto, como faz parte do mesmo partido, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) criou um cargo comissionado e acomodou o ex-prefeito como assessor executivo na Prefeitura Municipal de Campo Grande.
O salário chegou a R$ 12 mil, ser maior do que o valor pago a um secretário, mas teve redução no corte anunciado em junho e está em R$ 9,4 mil. Ele deverá ser candidato a deputado estadual no próximo ano, quando enfrentará o tio, o decano Onevan de Matos (PSDB).
A denúncia por corrupção passiva e ativa contra Leo Matos no dia 1º de junho deste ano pelo juiz Eduardo Magrinelli Júnior, da Vara Criminal de Naviraí.
Para o magistrado, “a denúncia possui justa causa, ou seja, ampara-se em substrato probatório razoável”. Parte das provas foram recolhidas na Operação Atenas, que contou com escutas ambientais autorizadas pela Justiça e levou a renovação de praticamente toda a Câmara Municipal.
De acordo com a denúncia, o prefeito e Marcus Miranda eram aliados. No entanto, eles romperam. O vereador passou a usar a tribuna da Câmara Municipal para atacar Leo Matos, que usava as redes sociais para contra atacar.
O então presidente do legislativo municipal na época, Cícero dos Santos, intermediou um acordo, em que ficou acertado o pagamento de R$ 150 mil. Célio Cândido dos Santos ganhou, conforme a denúncia, R$ 500 para entregar o dinheiro.
Na defesa do processo, todos os envolvidos negaram ter participado de qualquer irregularidade. O ex-prefeito apontou que até exonerou a mulher do ex-vereador.
Já a nova denúncia envolve a Copa da Assomasul, que teve a participação de uma equipe de servidores municipais de Naviraí, inclusive o então prefeito.
Para o promotor Daniel Pívaro Stadniky, houve o desvio de recursos para garantir a participação no torneio. O primeiro desvio foi de R$ 1,5 mil para a inscrição no campeonato. O segundo foi de R$ 817,40 para custear o almoço dos atletas.
Ele ainda apontou como irregular o uso do ônibus e do motorista do coletivo para levar os jogadores até Coxim.
Além de pedir a condenação por apropriação de recurso e bem público, o promotor pede a devolução do dinheiro gasto na competição.
Matos ainda é alvo de investigação da Polícia Federal por suposto desvio de remédios. Em maio, houve cumprimento de mandado de busca e apreensão em sua residência na Capital.
Na Justiça Federal, ele foi denunciado por improbidade administrativa envolvendo R$ 300 mil.
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