Oito anos após a denúncia, o Ministério Público Federal pode denunciar mais de 500 políticos pela farra das passagens entre 2007 e 2009 e cobrar a devolução de R$ 68 milhões. O deputado federal Dagoberto Nogueira, presidente regional do PDT, aparece como campeão nas viagens internacionais, e pode figurar na lista se não devolver o dinheiro pago irregularmente.
Conforme a procuradora Sara Moreira Leite, em entrevista ao Congresso em Foco, foram emitidos 76 mil bilhetes, sendo 1.606 para o exterior. O valor do prejuízo aos cofres públicos seria de R$ 50 milhões, mas o valor atualizado ficará em torno de R$ 68 milhões.
Dagoberto pode figurar na lista por ser o líder do ranking nas viagens aos exterior, foram 23. De acordo com a investigação, ele gastou R$ 99 mil com 107 bilhetes.
O campeão na farra é o senador Roberto Rocha (PSB/MA), que gastou R$ 275 mil com 497 passagens, sendo sete para trechos internacionais. O segundo é o ex-deputado Henrique Afonso (PV/AC), com R$ 282 mil em 461 bilhetes. Gladson Cameli gastou R$ 245 mil em 426 passagens.
O escândalo foi denunciado há oito anos pelo Congresso em Foco e se arrasta no MPF do Distrito Federal.
A irregularidade está na utilização das passagens áreas pagas pela Câmara por familiares ou eleitores sem vínculo com o gabinete do deputado na época.
No início deste mês, o MPF livrou três ex-deputados federais de Mato Grosso do Sul da denúncia no caso: Antonio Carlos Biffi (PT), Pedro Pedrossian Filho (PMB) e Antônio Cruz (PSDB).
Eles foram denunciados junto com o ex-prefeito de Dourados, Murilo Zauith (PSB), que continua sendo investigado.