O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), sofreu a quarta baixa na equipe nesta quinta-feira. Lauro Sérgio Davi se revoltou com a intervenção feita pelo chefe do Executivo e pediu demissão do cargo de presidente do IMPCG (Instituto Municipal de Previdência). A crise começou com a demissão de dois aliados de cargos estratégicos no órgão.
Marquinhos substituiu dois diretores contra a vontade de Lauro. O primeiro foi o professor Geraldo Alves Gonçalves, ex-presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), que ocupava o cargo de diretor de Previdência. Ele foi considerado “devagar” e o desempenho deixou a desejar para Trad.
A outra foi da diretora de Administração e Finanças, Maria das Graças Freitas, que tinha longa experiência como diretora do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) e do Conselho Estadual de Trânsito. No caso dela, Marquinhos teria condenado a forma rude e grosseira como ela tratava os funcionários do instituto.
Para piorar a situação, o prefeito nomeou para o cargo estratégico, como nova diretora de Finanças do IMPCG, Elza Pereira da Silva, que já exerceu a mesma função na gestão de Gilmar Olarte. Sob o comando de Elza, o instituto teve o maior rombo da sua história, conforme investigação feita pelos vereadores.
Elza é alvo de inquérito no Ministério Público Estadual pela prática de nepotismo e de favorecer amigo e uma filha dele no Instituto Municipal de Previdência.
Com as demissões, Lauro perdeu o comando do instituto e decidiu pedir demissão. Maria das Graças e Geraldo teriam sido exonerados diretamente pelo prefeito. A justificativa dada por Marquinhos teria deixado o sindicalista muito magoado.
Nesta quinta-feira, o prefeito foi comunicado da decisão de Lauro Davi. No ano passado, o presidente demissionário disputou o cargo de prefeito da Capital e apoiou Marquinhos no segundo turno.
O primeiro aliado a desembarcar da atual administração foi o publicitário Gildo Andrade, responsável pela campanha vitoriosa de Marquinhos. Ele era o favorito a comandar a comunicação da prefeitura, mas houve uma briga com o prefeito no dia 1º de janeiro e perdeu o posto, herdado pela jornalista Lidiane Kober.
A segunda baixa foi a secretária municipal de Gestão, Evelyse Ferreira Oyadomari, que pediu demissão alegando motivos pessoais. Ela foi substituída por Maria das Graças Macedo, que era adjunta.
Na época, a prefeitura negou que a demissão tivesse alguma ligação com suposto nepotismo, já que o esposo, Jairo Norikasu Oyadomari, era supervisor no gabinete do prefeito com salário de R$ 10,8 mil, e o filho, Alexandre Tibana Yoadomari, era assessor na Secretaria Municipal de Educação.
Neste mês, ocorreu a terceira baixa. Maria Angélica Fontanari de Carvalho e Silva pediu demissão da Secretaria Municipal de Assistência Social. Ela foi substituída por José Mario Antunes da Silva.
Gildo acabou se dando bem na história, já que atualmente tem salário de R$ 16 mil como assessor especial do governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
Neste caso, a mudança mostra que na vida tudo muda. Ou o governador reconheceu o mérito do profissional, que teve papel fundamental na derrota da sua candidata a prefeita, a vice-governadora Rose Modesto (PSDB), e decidiu se unir a ele para ganhar musculatura na disputa de 2018?