Defensor da reforma da Previdência para os outros, o deputado federal Geraldo Resende Pereira (PSDB) aposentou-se, nesta quarta-feira (16), aos 62 anos de idade e com salário integral. O benefício foi concedido pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que também defende maior rigor na concessão do benefício aos demais trabalhadores.
É o segundo tucano a se aposentar com salário integral. O outro foi o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, João Rocha (PSDB), que receberá provento integral, apesar de não exercer a função de professor há 22 anos, quando se afastou ocupar cargos públicos e exercer o mandato de vereador.
O curioso é que os dois fazem parte do PSDB, partido que mais defende a Reforma da Previdência proposta pelo presidente Michel Temer (PMDB). Pelo projeto original, o trabalhador comum só deveria se aposentar aos 65 anos e com salário integral se contribuir com a previdência por 49 anos. Atualmente, a regra é de 35 anos de contribuição e 60 anos de idade.
O castigo previsto é pior para as mulheres, que teriam a idade mínima para requerer o benefício elevada de 55 para 65 anos e o tempo de contribuição de 30 para 49 anos. Deputados devem reduzir a maldade, como o tempo de contribuição cair de 49 para 40 anos e a idade delas de 65 para 62 anos.
No entanto, o deputado federal Geraldo Resende decidiu não correr risco se submeter a reforma que votará neste ano.
Conforme o decreto do governador, ele vai se aposentar com salário integral de médico com jornada de 40 horas e na categoria G, especialista, lotado na Secretaria Estadual de Saúde.
Pelo histórico apresentado na sua página na Câmara dos Deputados, Geraldo começou a trabalhar cedo, aos 14 anos, na Gráfica O Progresso, em 1969. Somente em 1982, aos 27 anos de idade, ele ingressou como médico no Hospital Regional de Dourados, onde permaneceu até 1985.
Ele foi eleito deputado pela primeira vez em 2002 e vem sendo reeleito desde então. Neste período, trocou três vezes de partido (PPS, PMDB e PSDB). Atualmente, está no ninho tucano,
Como é deputado federal, Resende não recebe salário como médico. A Câmara dos Deputados paga R$ 33.763 de subsídio, valor que deverá ser considerado no cálculo do valor da aposentadoria a ser paga pelo MS-Prev. Aliás, o fundo está deficitário e o Governo busca forma de garantir o equilíbrio, como elevar a alíquota de contribuição de 11% para 14%.
Resende já mostrou que não está preocupado com a opinião pública. No dia 2 deste mês, ele votou contra a abertura de investigação por corrupção contra o presidente Temer. Apesar das gravações e das imagens do assessor presidencial, Rocha Loures, carregando uma mala com R$ 500 mil, o tucano não viu evidências de crime.
Ele, o deputado Elizeu Dionizio (PSDB), Tereza Cristina Corrêa da Costa (PSB) e Carlos Marun (PMDB), deram as costas a opinião pública e votaram contra o combate à corrupção.
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