O advogado Gustavo Gottardi não aceitou ser o curador do empresário Breno Fernando Solon Borges, 37 anos, acusado de tráfico de drogas, porte de armas de grosso calibre e de tentar ajudar na fuga de chefe de facção. Internado em uma clínica de luxo no interior de São Paulo, o filho da presidente do TRE(Tribunal Regional Eleitoral), desembargadora Tânia Garcia de Freitas Borges, será submetida a perícia, que custará R$ 15 mil e será custeada pelos cofres públicos.
Para dar mais agilidade ao processo e evitar atrasos, o juiz da Vara Única de Água Clara, Idail De Toni Filho, determinou que o advogado de defesa fosse o curador de Breno. No entanto, Gottardi não aceitou a tarefa.
Em decorrência da recusa do advogado, o magistrado não teve outra opção e nomeou a desembargadora para ser a curadora do filho. Ela já tinha obtido a curadora ao interditá-lo judicialmente por meio de liminar concedida pela Vara da Família em Campo Grande. Ela alegou que o filho é usuário de drogas e portador do “Transtorno de Personalidade Bordeline”.
O juiz deu prazo de 24 horas para que a magistrada informe o endereço e telefone celular para que o processo não sofra atrasos.
Tânia não deve criar problemas, já que tem precedente em julgamentos rápidos. O outro filho, Bruno Edson Garcia, foi preso por assalto a mão armada em 2005. Na época, a investigação, denúncia e condenação ocorreram em seis dias. Na época, ele também foi internado e obteve o perdão judicial em 2009.
Além de decidir pela nova curadora de Breno, o magistrado concordou com o valor definido pelos peritos de São Paulo. Os psiquiatras João Sampaio de Almeida Prado e Guido Arturo Palombo fixaram o honorário em R$ 15 mil.
Como o Estado de Mato Grosso do Sul não conta com peritos psiquiatras, o Governo do Estado arcará com o pagamento da perícia a ser realizada em Breno. Os peritos foram convocados para esclarecer se o empresário é semi-imputável, como alegou sua mãe, para tirá-lo do presídio e interná-lo, como aval de dois desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, na Clínica Maxwell, em Atibaia (SP).
A defesa indicou o psiquiatra carioca Talvane Marins de Moraes como assistente na perícia. O objetivo do juiz é concluir a perícia para decidir se leva Breno a julgamento por tráfico de drogas e armas.
Em 8 de abril deste ano, ele foi preso junto com a namorada, Isabela Lima Villalva, e o funcionário da serralheria, Cleiton Jean Chaves. A jovem está foragida após obter habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça. Só o serralheiro segue preso.
Breno ainda pode ser julgado por vender armas de grosso calibre e tentar ajudar na fuga de Thiago Vinicius Vieira, um criminoso considerado de alta periculosidade e detido no Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande.