Para desalento de Carlos Marun (PMDB), famoso por ser Pit Bull do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), ele não é o único a integrar o grupo do peemedebista carioca. Segundo a revista Época, o deputado federal Geraldo Resende (PSDB), foi um dos deputados “comprados” pelo peemedebista para chegar ao comando do parlamento em 2015.
Os novos documentos foram revelados pela revista nesta semana e repercutidos, ontem, pelo Blog do Nélio.
Conforme a delação premiada da JBS, homologada pelo Supremo Tribunal Federal, Cunha recebeu R$ 30 milhões para comprar deputados. Geraldo Resende é o primeiro sul-mato-grossense a surgir na lista de cooptados pelo ex-presidente da Câmara, acusado de corrupção desde 1992 e só condenado neste ano, a 14 anos de prisão, pelo juiz federal do Paraná, Sérgio Moro.
De acordo com a denúncia, Cunha destinou R$ 4 milhões para a bancada mineira do PMDB. Como a maior parte teria sido repassada em dinheiro vivo pelo próprio Cunha, só a delação premiada do peemedebista, em negociação com o Ministério Público Federal, poderá revelar detalhes e os nomes de todos os deputados cooptados por meio de propina para apoiá-lo à presidência da Câmara.
Na época que era aliado de Cunha, Geraldo estava no PMDB. Ele foi reeleito em 2014 com 87.546 votos. Depois da vitória de Reinaldo Azambuja (PSDB), o deputado douradense se mudou de mala e cunha para o ninho tucano. Antes de ser aliado de André, ele fez carreira no PPS e já foi aliado de Zeca do PT, quando comandou a Secretaria Estadual de Saúde e foi eleito deputado federal pela primeira vez.
O combate à corrupção nunca fez parte das prioridades de Resende, que se juntou deputados investigados na Lava Jato para livrar Michel Temer (PMDB) de ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal de corrupção passiva.
Resende já condenou a corrupção praticada pelo PT. No entanto, não se ouviu, até o momento, nenhuma manifestação do tucano sobre o colega de partido, o governador Reinaldo Azambuja, acusado de cobrar R$ 38,4 milhões em propinas da JBS em troca de incentivos fiscais.
Ele também não se manifestou sobre o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, gravado cobrando propina e articulando a obstrução da Operação Lava Jato.
Geraldo já surgiu na lista da JBS como um dos 1.829 políticos financiados pela empresa.
Novas delações devem causar terremoto político no Estado e no País, mas a punição vem esbarrando nas articulações palacianas.
Espera-se que pelo menos os eleitores façam seleção melhor dos representantes nas eleições de 2018.
Operação Uragano não abalou prestígio de deputado
Geraldo Resende começou a carreira no PPS e foi trocando de partido de acordo com o governante de ocasião.
Nem a citação de seu nome na Operação Uragano, o mega escândalo na gestão de Ari Artuzi, em Dourados, abalou o seu prestígio. Artuzi já morreu, mas o deputado ainda é investigado pelo caso no Supremo Tribunal Federal.
Confira as votações de Resende para deputado federal:
2002 – 30.514 votos pelo PPS, quando foi eleito pela primeira vez
2006 – 67.710 votos pelo PMDB
2010 – 79.299 votos (PMDB)
2014 – 87.546 votos (PMDB)
Agora, pelo PSDB, ele vai tentar o quinto mandato e aposta que a corrupção não é importante para seus eleitores.