Enquanto ninguém é preso ou condenado por corrupção em Mato Grosso do Sul, o MPE (Ministério Público Estadual) vai comemorando os poucos avanços que consegue, como a indisponibilidade dos bens dos acusados de integrar as organizações criminosas. Desta vez, a liminar atingiu as finanças do procurador jurídico da Câmara Municipal, André Luiz Scaff, o “vereador sem votos”, a sua esposa, Karina Ribeiro Mauro, e “amigos”.
O bloqueio foi determinado pelo juiz em substituição legal da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, Alexandre Antunes da Silva. Ele acatou pedido da Força-Tarefa do MPE e determinou o bloqueio de R$ 246 milhões.
De acordo com a assessoria do Ministério Público, a liminar atinge 37 pessoas físicas e jurídicas, acusadas pelos crimes de corrupção. Não houve detalhamento de quais os tipos de crimes cometidos e quem são os outros envolvidos.
Até o momento, os promotores já conseguiram o bloqueio de R$ 561 milhões dos acusados de prática de corrupção, mas alguns processos tramitam em segredo.
Em uma das cinco ações de improbidade administrativa, Scaff é acusado de cobrar aproximadamente R$ 10 milhões em propinas, sendo que a investigação conseguiu rastrear R$ 3 milhões. Nesta ação, a equipe pediu a indisponibilidade de R$ 140 milhões.
De acordo com o MPE, as organizações criminosas investigadas causaram prejuízos de R$ 2 bilhões aos cofres públicos no Estado. No entanto, ao contrário do Rio de Janeiro e do Mato Grosso, onde os responsáveis pelos danos ao erário estão atrás das grades, ninguém foi condenado ainda em Mato Grosso do Sul.
No início do mês passado, o Tribunal de Justiça negou pedido de prisão preventiva feita pelo MPE contra o empresário João Amorim, o ex-deputado federal Edson Giroto, e outros investigados na Operação Lama Asfáltica.