O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), não puniu a Reverson Ferraz da Silva – ME, contratada em março deste ano sem licitação, mas que não cumpriu o contrato e deixou os estudantes sem uniforme. Pelo contrário, a prefeitura “premiou” a empresa com aumento de 8,7% no contrato, o que representará acréscimo de R$ 692 mil.
De acordo com a publicação feita discretamente no Diário Oficial de Campo Grande, o contrato firmado há quatro meses teve reajuste e passará de R$ 7.876.670,00 para R$ 8.568.745,00. Ou seja, apesar de não ter dinheiro para reajustar o salário dos funcionários e garantir o estoque de remédios no postos, o prefeito encontrou pouco mais de meio milhão de reais para premiar a incompetência.
Com o argumento de que a compra era urgente, a secretária municipal de Educação, Ilza Mateus Souza, aderiu à licitação realizada pela Prefeitura da Estância Turística de Embu das Artes, cujo prefeito foi preso por envolvimento com o PCC, e contratou a Reverson, de Cerquilho (SP).
O problema é que a empresa não teve condições de atender a demanda. Os cerca de 100 mil estudantes da rede municipal de ensino concluíram o primeiro semestre e retornaram das férias sem os uniformes.
A situação é tão vergonhosa, que até o prefeito admitiu o atraso. Marquinhos contou que a empresa deixou de entregar 40 mil camisetas para os estudantes de 8 a 14 anos de idade. Ele disse que “suspendeu” o pagamento.
No entanto, o chefe do Executivo não tinha revelado que ampliou o valor do cotrato.
Se o contrato não beneficiou os alunos das escolas municipais, não se pode dizer o mesmo da Reverson. A empresa ampliou o patrimônio social de R$ 150 mil para R$ 1,2 milhão, segundo reportagem do Campo Grande, após ser contratada sem licitação por Marquinhos.
Além disso, mudou de nome, agora é Revemtex Indústria e Comércio e mudou de Cerquilho para Boituva.
Em entrevista ao Campo Grande News, o secretário municipal de Finanças e Planejamento, Pedro Pedrossian Neto, explicou que o aumento se deve a compra de mais peças.
A prefeitura vai comprar mais peças apesar da empresa não ter dado conta de cumprir o previsto em 20 de março deste ano no contrato. E pior, o que o prefeito fez com as 85 mil peças encontradas no almoxarifado da secretaria?
Marquinhos já pagou 81% a mais pela compra de uniformes em relação ao antecessor, Alcides Bernal (PP).
O prefeito repete uma sina dos políticos: gastam como se o dinheiro público surgisse em árvore.
Agora, quando é para beneficiar a população, aí encontram déficit, falta de grana, …
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