Com a vida marcada pela ostentação e luxo, apesar de várias ações judiciais por não pagar tributos estaduais e federais, o empresário José Carlos Lopes, o Zeca Lopes, entrou na mira da Polícia Federal. Ele é um dos alvos da Operação Labirinto de Creta 2, realizada em conjunto com a Receita Federal e MPF, que investiga o desvio de R$ 350 milhões.
Apesar do montante envolvido nas fraudes, o juiz federal da 3ª Vara de Campo Grande, Odilon de Oliveira, não decretou a prisão de nenhum suspeito. A operação cumpre 15 mandados de busca e apreensão nas residências e empresas dos envolvidos em Terenos, Campo Grande e São Paulo (SP).
Os crimes investigados são sonegação fiscal, organização criminosa, falsidade ideológica, estelionato qualificado, fraudes previdenciárias e lavagem de dinheiro.
Na residência do empresário, em Campo Grande, os policiais encontraram super adega de vinhos, uma televisão avaliada em R$ 89 mil.
A PF apreendeu um carro Porshe Cayenne, que está a venda no mercado com preços entre R$ 675 mil a R$ 950 mil. Outro veículo apreendido, da mesma marca, é o Macan Turbo, custando entre R$ 400 mil e R$ 500 mil. Também foram apreendidos relógios de luxo, joias, dinheiro e vários outros carros de luxo.
Zeca Lopes não tem conduta de contribuinte exemplar. Ele é alvo de ações judiciais por sonegação de impostos desde 2002, conforme o site do Tribunal de Justiça.
A primeira ação é de 2002, da União, por sonegação de R$ 9,950 milhões pelos frigoríficos Peri e Frigolopes. O Fazenda Nacional tem mais duas ações, que cobra R$ 109,8 mil e R$ 371,5 mil do empresário. O INSS cobra R$ 371 mil desde 2009.
O Governo estadual também cobra R$ 26,5 milhões desde 2012 pela sonegação de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). O juiz de primeira instância chegou a bloquear os bens, mas o empresário obteve liminar no Tribunal de Justiça para suspender o bloqueio.
Em uma ação, que cobra a penhora do Frigorífico Peri, Zeca Lopes informa que a empresa pertenceu a seu irmão, Ademir Lopes, e teria sido fechada. Ele aparece ainda como dono dos frigoríficos Frigolop e Franzeli.
Zeca Lopes também foi investigado por exploração sexual infantil. Conforme a investigação, ele teria pago R$ 400 para uma adolescente em um dos casos investigados.
A PF também cumpre mandado no escritório de advocacia Campos Souza Peró, no Parque dos Poderes, em Campo Grande.
Primeira fase já teve condenação de empresário a 5 anos e 8 meses de prisão
A primeira fase da Operação Labirinto de Creta teve como alvo o Beef Nobre, acusado de desviar R$ 200 milhões, e foi realizada há três anos, em 2014.
O proprietário, Reginaldo da Silva Maia, chegou a ser preso na ocasião. A PF cumpriu mandados em Campo Grande, Nioque, Maringa (PR) e São Paulo.
Segundo nota da operação realizada hoje, o empresário foi condenado a cinco anos e oito meses de prisão.