Pelo trabalho como cabo eleitoral de Marquinhos Trad (PSD) nas eleições do ano passado, o professor Wilson Manoel Dias Lands foi contemplado com cargo comissionado de chefe da DEAC (Divisão de Esporte, Arte e Cultura) da Secretaria Municipal de Educação. Com “moral” na pasta, ele passou a cobrar “dízimo” mensal, no valor de R$ 50 a R$ 200, dos subordinados, segundo denúncias encaminhadas para O Jacaré.
Pelo menos oito funcionários, que seriam subordinados diretamente a Lands, que é da área de Artes, sentiram-se coagidos e obrigados a fazer a contribuição mensal. Desde o início deste ano, ele vinha exigindo “a colaboração” para festas de confraternização a equipe.
No entanto, Lands não promoveu nenhum evento. Entre os funcionários a Semed, a contribuição teve vários apelidos, inclusive de “propina”, considerando-se as denúncias envolvendo o presidente da República, Michel Temer (PMDB) e o governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
Com o salário de R$ 6,9 mil por mês, conforme o Portal da Transparência, o chefe da divisão não teria motivos para cobrar complemento dos funcionários.
O Jacaré apurou que o prefeito da Capital tomou conhecimento da “taxa obrigatória” instituída pelo professor e o chamou para cobrar explicações na tarde de sexta-feira, 7 de julho deste ano.
No entanto, Marquinhos limitou a pedir a suspensão da cobrança, mas não obrigou o professor a devolver o dinheiro aos subordinados.
Por meio da assessoria de comunicação da prefeitura, a secretária municipal de Educação, Ilza Mateus, não desmentiu a denúncia. “A Secretaria de Educação está apurando o caso e tomará as medidas cabíveis, caso as denúncias sejam confirmadas”, informou em breve comunicado, 48 horas após o questionamento feito por e-mail. O questionamento foi feito na tarde de segunda-feira e respondido somente às 16h de ontem.
Sobre a reunião do prefeito com Wilson Lands para discutir a cobrança ilegal do “dízimo” dos funcionários, a assessoria não se manifestou. O Jacaré tentou contato com o professor, mas a assessoria da Semed limitou-se a informar que a resposta só seria dada pela equipe da prefeitura, restrita a frase citada acima.
Lands se envolveu em outra polêmica nesta semana. Ele teria nomeado uma professora para trabalhar no setor de artes no centro de educação infantil do Bairro Varandas do Campo, na saída para São Paulo.
A professora, que recebeu R$ 11,8 mil no início deste mês, seria fantasma na unidade educacional. Ela é contratada do município desde o dia 1º de abril deste ano. O seu salário em maio foi de R$ 2,3 mil. O montante pago em junho pode ser referente aos atrasados, já que a mulher não recebeu nada em abril.
O Jacaré obteve a informação extra oficial de que esta irregularidade já está sendo apurada pela Secretaria Municipal de Educação.
Wilson tem trajetória marcada por polêmicas, que não vem ao caso citar, por enquanto. E não é o único da família a se meter em confusão.
Ele é fanático defensor de Marquinhos Trad. Mantém até hoje o slogan da campanha para prefeito no Facebook e tem o lema do prefeito, Levanta Campo Grande, na foto de perfil da rede social.
Pelo jeito, tanta fidelidade e dedicação têm sido muito bem reconhecidas e recompensadas pelo chefe do Executivo Municipal.