Meca das compras e até diversão de brasileiros, Pedro Juan Caballero registrou mais um violento atentado na madrugada desta segunda-feira. Pistoleiros usaram armas de grosso calibre para abrir fogo contra o pub After Office no centro da cidade paraguaia, na fronteira com Ponta Porã, e mataram quatro pessoas e feriram dezenas.
Conforme o jornal ABC Color, o atentado é mais um capítulo na guerra entre as facções PCC (Primeiro Comando da Capital) e o Comando Vermelho. Os dois grupos lutam pelo comando do narcotráfico na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.
Dez pessoas feridas foram atendidas no hospital de Pedro Juan. Algumas também teriam sido encaminhadas para o Hospital Regional de Ponta Porã.
Os criminosos chegaram ao clube noturno por volta das 3h45 da madrugada de hoje em um Prisma e abriram fogo contra os clientes do pub. Eles teriam usado fuzil e pistola nove milímetros. Dois casais de brasileiros morreram no local.
As mulheres foram identificadas como Sabrina Martins dos Santos, 24 anos, e Gabrielly Oliveira Antonella, 19. Os homens mortos não foram identificados. Não houve confronto, porque os clientes do clube não reagiram ao ataque.
O ataque expõe a alta da criminalidade na fronteira no momento crucial para a cidade paraguaia, que vinha recuperando o movimento de brasileiros com a queda do dólar.
Outro detalhe, segundo a polícia, os bandidos fugiram para o Brasil. Agora, o nosso país vem se transformando em território propício para bandido. Desde o mês de junho, quando o presidente Michel Temer (PMDB) cortou o orçamento da Polícia Rodoviária Federal, o policiamento deixou de ser ostensivo nas rodovias do Estado.
A Polícia Federal também sofreu corte de recurso e vem reduzindo as ações contra o crime organizado.
Enquanto o Governo federal corta recurso das polícias, mas torra uma fortuna para garantir o apoio dos deputados federais para barrar a investigação por corrupção de Michel Temer pelo Supremo Tribunal Federal, as quadrilhas reinam e impõem o terror.
Até hoje, quase dois meses depois, não foi preso nenhum integrante da quadrilha que destruiu o carro forte na MS-156, entre Caarapó e Amambaí, e roubou uma fortuna. A caçada aos bandidos envolveu todas as polícias do Estado, mas os assaltantes, que tinham uma metralhadora .50, evaporaram.
Os criminosos com alto poder bélico estão impondo o terror na fronteira, no Mato Grosso do Sul, no Paraguai e na Bolívia.
Enquanto as facções enchem os cofres com assaltos cinematográficos e o tráfico de drogas, com as rodovias livres, o presidente Michel Temer só tem uma preocupação: como conquistar o apoio dos deputados com toda a opinião pública contra.
De Mato Grosso do Sul, três deputados dão sustentação a esta situação caótica: Geraldo Resende e Elizeu Dionízio, ambos do PSDB, e Carlos Marun (PMDB).
O peemedebista vem tentando “conquistar” o apoio de Tereza Cristina, de malas prontas para deixar o PSB, e Luiz Henrique Mandetta (DEM).
De oito deputados, Temer só não conta com o apoio de Zeca do PT, Vander Loubet (PT) e Dagoberto Nogueira (PDT).