Além dos salários e dos assessores, a Câmara gastou R$ 9 milhões somente com a cota parlamentar dos oito deputados federais de Mato Grosso do Sul. Em média, de fevereiro de 2015, quando foram empossados, até este mês, cada um custou R$ 1,1 milhão aos cofres públicos.
Tão caros aos contribuintes, os deputados vão decidir o futuro do Brasil no dia 2 de agosto, quando vão votar se autorizam ou não o Supremo Tribunal Federal a processar o presidente da República, Michel Temer (PMDB), acusado de corrupção passiva, comprar o silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) e de cobrar R$ 500 mil em propina semanal da JBS por 25 anos.
A cota parlamentar não inclui o salário do deputado, que é de R$ 33.763 por mês – o equivalente a 36 salários mínimos, ou seja, renda obtida pelo trabalhado comum em três anos de trabalho – e o gasto com a remuneração de assessores.
O deputado federal Vander Loubet (PT), réu na Operação Lava Jato por suposta propina de R$ 1,028 milhão, é o líder em gastos da cota parlamentar. De acordo com o Portal da Transparência da Câmara, ele gastou R$ 1,195 milhão.
No mês passado, o petista gastou R$ 41,5 mil e o maior desembolso foi com divulgação do mandato (R$ 22,6 mil). O maior benefício foi a empresa de comunicação mantido pelo assessor, de R$ 15 mil, e a Solux, R$ 7 mil.
O segundo lugar ficou com Dagoberto Nogueira (PDT), com R$ 1,193 milhão. Em junho, ele ficou com o primeiro lugar, com R$ 57,8 mil.
O pedetista desembolsou mais da metade do valor com divulgação, R$ 33,5 mil. Os principais beneficiados foram Oriente Gráfica e Editora (R$ 26,5 mil) e NLH Comunicação (R$ 7 mil).
Fanático defensor de Cunha, de Michel Temer e do ex-governador André Puccinelli, Carlos Marun (PMDB) ficou em terceiro no desembolso com cota parlamentar, com R$ 1.175 milhão.
O peemedebista gastou R$ 28,6 mil no mês passado, sendo quase metade com meios de comunicação. Os jornais Fala MS (R$ 5,1 mil) e Boca do Povo (R$ 5 mil) dividiram os gastos.
Evangélico e um dos raro tucanos a votar a favor de Temer na Comissão de Constituição e Justiça, Elizeu Dionizio gastou R$ 1,123 milhão desde que assumiu o lugar do de Márcio Monteiro (PSDB).
No mês de junho, ele desembolsou R$ 30,4 mil com gastos da cota parlamentar. O maior desembolso foi com locação de veículos, R$ 11,6 mil, e o valor foi pago integralmente a RM.
A pecuaristaTereza Cristina Corrêa (PSB) também gastou R$ 1,123 milhão no período. Apesar do desembolso mensal oscilar entre R$ 20 mil e R$ 53 mil, ela só usou R$ 4,6 mil em junho deste ano. A maior parte foi com divulgação e o R$ 1 mil foi destinado ao Boca do Povo.
O ex-governador Zeca do PT utilizou R$ 1,119 milhão da cota parlamentar. Ele usou R$ 27,6 mil no mês passado, sendo que a maior parte foi usada com comunicação (R$ 14,1 mil): a Folha de Dourados (R$ 1,5 mil) e Trinity Brasil Agência Digital (R$ 12,6 mil).
O penúltimo no ranking foi o deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM), com R$ 1,071 milhão. O democrata desembolsou R$ 4,7 mil em junho, apesar de desembolsar até R$ 78 mil, como foi o caso contabilizado em setembro do ano passado. O maior gasto foi com alimentação e o preferido é o La Gioconda (R$ 194,40 em duas refeições).
Geraldo Resende (PSDB) ficou em último lugar com R$ 1,011 milhão. Em junho, o tucano consumiu R$ 18,4 mil e quase metade foi com divulgação do mandato, R$ 7 mil. De olho na região, ele investiu R$ 4 mil no jornal O Progresso e R$ 3 mil na Editora Jornalística Fátima.