O Governo estadual encostou os locutores concursados e contratou funcionários comissionados para defender a gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB) na Rádio Educativa, FM 104,7. Além de causar indignação entre os funcionários, a medida tem custado caro aos cofres públicos.
Presidente pela segunda vez da Fundação Estadual Luiz Chagas de Televisão e Rádio Educativa, que administra a emissora, o jornalista Bosco Martins, rebate todas as acusações e garante que os locutores foram advertidos por fazer política de forma mais explícita. Ele destaca que a diversificação da programação elevou a audiência da estatal.
Dos seis locutores concursados da emissora, que recebem salário médio de R$ 3.895 a R$ 4,2 mil, somente um, Lucas Cardoso, está no ar. Ele é responsável pela programação da meia-noite até às 4h da madrugada.
Dois estão cedidos, sendo um para a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e outro para a Prefeitura de Campo Grande. Os demais fazem boletins eventuais, que vão ao ar durante o dia. Só com os efetivos, o desperdício com o pagamento de salários é de R$ 268,8 mil por ano.
Além disso, o Governo gasta valor equivalente com salários de comissionados, dos quais muitos são integrantes da Juventude do PSDB. O período da manhã fica com Anderson da Silva Ribeiro, o Anderson Barão, e o vespertino, sob o comando de Marcus Vinicius da Silva Barão.
A dupla chega a se empolgar no ar para defender a gestão tucana. Marcus chegou a ser afastado da emissora após fazer discurso efusivo pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) no ano passado.
Anderson chegou a usar bom tempo do programa para defender o governador da acusação feita pelos donos da JBS, de que teria recebido propina de R$ 38,4 milhões.
Outro integrante da juventude tucana é Jean Adrian Perez Medina, o Paçoca, recebe salário de R$ 5,1 mil por mês para comandar o polêmico programa de funk por três horas nas tardes de sábado. Ele seria dono de uma casa de funk na Rua da Divisão e usa o espaço para divulgar os eventos do local.
Jean Carlos Freitas de Oliveira tinha um programa de country, que foi tirado do ar. Ele sonha em voltar para a locução. Segundo fontes de O Jacaré, ele só aparece eventualmente na emissora, apesar do salário de R$ 4,1 mil.
Bosco ainda mantém a linha de ajudar artistas com cargos comissionados, como seria o caso de João Paulo Pompeo, filho da cantora Delinha, considerada um patrimônio da música regional.
Com a experiência de ter autuado na emissora em outros governos, como Marcelo Miranda e Zeca do PT, o jornalista Bosco Martins defende as medidas implementadas pelo governador Reinaldo Azambuja.
Ele apresenta pesquisa para destacar que conseguiu tirar a emissora do traço de audiência. Atualmente, segundo o presidente, a FM 104,7 supera as concorrentes direto, com 3,5%, ficando na frente das rádios educativas mantidas pela UCDB e Uniderp.
Ele nega de forma veemente que houve aparelhamento da emissora pelo PSDB. “A rádio é institucional e a ordem é ouvir todos os lados”, frisou, citando que sempre são entrevistados pela emissora os deputados de oposição, como Zeca do PT, Vander Loubet, João Grandão e Pedro Kemp, todos do PT.
Sobre os concursados, o dirigente garante que todos desempenham funções na emissora. A maioria fica responsável pelos boletins divulgados ao longo da programação diária.
Bosco ainda contou que Marcus Barão chegou a ser suspenso do ar após fazer manifestação partidária. Ele mantém o programa MPB do A ao Z, que ficou famoso nas noites da emissora na voz de Luis Humberto Aspesi, morto aos 74 anos em maio de 2013.
Ele admite que Anderson Barão adota a parcimônia, eventualmente, mas sempre é advertido de que esta não é política da emissora.
“Aparelhamento não existe, o governador manda ouvir todos os deputados, não apenas os aliados”, enfatiza.
Sobre Paçoca ser bem remunerado para apresentar um único programa, ele destaca que o locutor é funcionário da Secretaria de Governo e atua como coordenador comunitário em Campo Grande nos demais dias da semana.
Já Jean Freitas comparece à emissora no início da manhã para trabalhar como operador de áudio. “Não é fantasmão”, brinca o presidente, sobre a altura do locutor.
Bosco destaca que os ataques podem ser reflexo do ecletismo cultural que implantou na emissora desde 2015, quando retornou ao cargo de presidente. Ele já foi dirigente máximo da fundação no segundo mandato de Zeca do PT.
“O ecletismo cultural chegou ao Festival (de Inverno) de Bonito”, defendeu, ao relembrar a polêmica causada pela inclusão de show sertanejo na edição deste ano do evento.
QUAL É JACARÉ?!
Por: Bosco Martins*
Ao tempo que cumprimento o caro jornalista aproveito para esclarecer alguns pontos da suposta denúncia de “aparelhamento de máquina pública” e de embate “efetivos versus comissionados” :
A rádio Educativa hoje tem sua programação totalmente ao vivo, inclusive nos fins de semana.
São 13 funcionários efetivos (dos quais, quatro cedidos ou em licença médica), portanto, 09 funcionários efetivos e seis comissionados, incluindo o Ciro de Oliveira com os programas “Encontro de Gerações”, há 20 anos no ar, e o “Toque 104”, criado nesta gestão, ao vivo com quatro horas de duração, transmitido aos domingo ( das 18 às 22 hs).Esses números desmontam o gancho um tanto forçado “encosta” mesmo com “o presidente “ desmentindo na chamada:
O repórter não citou ainda outro fato relevante que lhe foi passado na “hipotética peleia entre comissionados e efetivos”. O retorno do locutor de carreira Orivaldo Mengual, esse sim “expurgado” por anos da grade e do quadro da emissora pública.
A programação da FM Educativa resgatou ainda o seu programa a “Hora do Chamamé” um ícone da família Paraguai, cuja capital tem pelo menos 300 mil descendentes ou filhos e que por preconceito ou bira política havia sido literalmente limado de seu trabalho diário.
Orivaldo Mengual, esse sim um servidor efetivo do Governo de MS e “A Hora do Chamamé” com 5 horas diárias, recuperando seu lugar de carro chefe de nossa audiência, fato que a matéria “estranhamente” omite.
A FM Educativa 104.7 opera totalmente ao vivo com uma programação de 24 horas por dia e trabalho intermitente ou, se preferir 168 horas de trabalho semanal ou ainda 720 horas de serviço ininterrupto, ao mês, portando não espaço para e nem tempo para “encostar” efetivos ou comissionados.
Para conhecimento neste dia 7 de julho, estamos trabalhando numa promoção de comemoração dos 10 ano do programa de “ De A a Z”, citado na matéria. Se confirmou como um grande sucesso, a vinda do Zeca Baleeiro. É o grande acontecimento musical deste fim de semana, com seus ingressos já todos esgotados, graças a força dá 104.7 e seus parceiros.
Talvez a “turma da inveja” não se conforme pela Radio Educativa ter voltado a ser uma rádio de fato, neste governo e trabalha para que retorne aos patamares de outrora quando a audiência era pífia.
Estou reenviando informações, incluindo o quadro funcional, com respectiva carga horária, funções e salários, como já havia adiantando caro amigo e que talvez por falta de espaço tenha sido suprimido da matéria. Faço questão deste esclarecimento para melhor compreensão de seus leitores e dos ouvintes das rádio. Os números, são números que falam por si e por si só. E, desmente a “denúncia”/intriga, que segundo o próprio jornalista, foi lhe enviada por e-mail sem identificação.
Segue tabela de quadro funcional:
*Bosco Martins é presidente da Fertel