Polêmica e um festival de erros estão marcando a seleção simplificada para preencher as 1,5 mil vagas para assistente de educação infantil nas creches de Campo Grande. Elas vão substituir as funcionárias demitidas após a Justiça determinar o rompimento dos contratos com a Omep e Seleta.
Muitas trabalhadoras apostavam na experiência para continuar na mesma função, mas acabaram sendo preteridas no processo que levou uma multidão a madrugar em busca da vaga. Foram aproximadamente 9 mil pessoas disputando postos de trabalho com salários entre R$ 1.049 e R$ 1.320.
A frustração e indignação tem sido geral, principalmente em decorrência dos boatos de que vereadores tiveram direito a indicar uma cota de selecionadas.
Para agravar a situação, houve caso de uma candidata ter sido aprovada duas vezes. O jornal Midiamax revelou que Fabiana Martins Malaquias foi aprovada duas vezes, em 823º e 824º.
O Jacaré constatou duplicidade no nome de Andréia Pinto de Souza, que abocanhou as vagas 967 e 968.
O jornal eletrônico ainda divulgou outro caso curioso, de uma candidata inscrita esta com apenas três anos de idade, considerando-se que a data informada é que a candidata nasceu em 7 de maio de 2014.
As secretarias municipais de Gestão e de Educação divulgaram o resultado da seleção, na qual listam as 2.508 aprovadas. O Jacaré apurou que a secretaria deve convocar 500 funcionárias no dia 10 deste mês, 500 na semana seguinte e a mesma quantia na última etapa. A primeira fase contemplará quem obteve de 98 a 37 pontos. A pontuação mínima obtida foi de dois pontos.
Cerca de 6,5 mil inscritas não pontuaram e tiveram os nomes divulgados em 41 páginas da edição extra do Diário Oficial de Campo Grande na noite de segunda-feira.
Ao jornal Midiamax, a prefeitura informou que a duplicidade de nomes ocorreu porque a candidata não tinha todos os documentos no ato da inscrição. Ao retornar no dia seguinte para regularizar a situação, não tinha como inserir dados no sistema, o que elevou a organização a fazer novo cadastro.
A assessoria ainda informou que alguns não foram classificados porque não comprovaram a experiência profissional, apresentaram documentos com dados insuficientes ou não comprobatórios.
O prazo para recorrer termina nesta quarta-feira e o questionamento deve ser protocolado na Central de Atendimento ao Cidadão.
Apesar da guerra do Ministério Público Estadual ter sido contra a Omep e Seleta, o sofrimento ficou com as funcionárias que ganham pouco mais de um salário para trabalhar nas creches. A categoria vive com o terror de que serão demitidas há quase dois anos.
A Justiça determinou a substituição de 4,8 mil funcionárias, porque os contatos milionários com as duas organizações eram utilizados para encaixar funcionários fantasmas e cedidos para cumprir expediente no gabinete dos vereadores.