Primeiro presidente na história da República a ser denunciado por corrupção e o mais impopular desde a chegada de Pedro Álvares Cabral, Michel Temer (PMDB) não está sozinho na luta para permanecer no comando do Brasil. Apesar de ter transformado o Pais em motivo de chacota internacional, ele conta com dois defensores na bancada de oito deputados federais: o gaúcho Carlos Marun (PMDB) e a “infiel” Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias (PSB).
Com a denúncia encaminhada à Câmara dos Deputados pelo ministro Edson Fachin, começou a operação de guerra para salvar o mandato do peemedebista. Para o Supremo Tribunal Federal dar início ao processo, o pedido precisa ser aprovado por 342 deputados.
Da bancada de oito do Estado, Temer conta com o apoio de Marun, o “general” do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) em decorrência das pedaladas fiscais. Marun é um dos principais defensores do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), preso em Curitiba por inúmeros processos de corrupção na Petrobras e já condenado a 14 anos de prisão.
Fiel escudeiro do ex-governador André Puccinelli (PMDB), que já chegou a usar tornozeleira eletrônica por causa dos inquéritos da Lama Asfáltica, que já apontaram indícios de desvio de R$ 200 milhões, Marun agora vai ser nomeado para integrar a Comissão de Constituição e Justiça para comandar a tropa de choque de defesa do presidente.
Temer encontrou outra defensora no Estado, Tereza Cristina, que decidiu envergonhar os eleitores sul-mato-grossense ao desobedecer o próprio partido para contribuir com a sua defesa.
Além dos dois, seis deputados podem livrar o presidente da denúncia de corrupção. Conforme a investigação da Polícia Federal, Temer acertou com o dono da JBS, Joesley Batista, o pagamento de R$ 500 mil em propina para favorecer o grupo no CADE. O mais grave, o pagamento seria feito toda semana por 25 anos, ou que daria R$ 460 milhões.
Temer ainda será denunciado por obstrução da Justiça, por concordar com a compra do silêncio de Cunha e do doleiro Lúcio Funaro, e por organização criminosa. Aliás, o que não falta é acusado de corrupção no entorno do atual presidente. É uma quadrilha instalada no Palácio do Planalto.
Ao defender a impunidade dos acusados de corrupção, Marun e Tereza Cristina se tornam conivente com este mal, que custa R$ 69 bilhões por ano aos cofres públicos.