https://www.youtube.com/watch?v=R0DuHbF22Yw&feature=youtu.be
Mais um integrante do governo de Reinaldo Azambuja (PSDB) é acusado de receber propina para facilitar a liberação de incentivos fiscais, previstos em lei para gerar empregos. Não bastasse a denúncia ser gravíssima, o que mais instiga e revolta o cidadão: a cobrança de não ocorreu por falta de dinheiro.
Acusado de receber R$ 100 mil em propina, o superintendente estadual de Administração Tributária da Sefaz (Secretaria Estadual de Fazenda), Lauri Luiz Kener, recebeu R$ 55.437,25 em abril, sendo R$ 47,3 mil como auditor fiscal e R$ 8,1 mil pelo cargo de confiança.
Lauri é citado na gravação feita pelo empresário José Alberto Berger, dono do curtume Braz Peli, com o corretor de gado, José Ricardo Guitti Guímaro, o Polaco, que seria o responsável pela propina cobrada pela cúpula tucana. Conforme o diálogo divulgado pelo jornal Midiamax, Polaco destaca que a propina foi paga ao superintendente em “dinheiro limpinho”.
As novas gravações confirmam a delação premiada do empresário Wesley Batista, dono da JBS,de que os empresários só conseguem o incentivo mediante o pagamento de propina.
No depoimento homologado pelo Supremo Tribunal Federal, o empresário revela que pagou R$ 38,4 milhões em propina a Reinaldo Azambuja, o segundo governador mais rico do País. O mais absurdo é que o incentivo é legal e uma das principais armas de Mato Grosso do Sul disputar indústrias com estados mais desenvolvidos e desenvolver a nossa pequena economia local.
Reinaldo negou que tenha recebido propina dos donos da JBS, seja por dinheiro em espécie (R$ 10 milhões) ou pela emissão de notas fiscais falsas (R$ 28,4 milhões).
O governador também foi acusado de receber vantagens por meio do então chefe da Casa Civil, Sérgio de Paula, que cobrou R$ 500 mil para liberar o incentivo par ao curtume de Berger. Além disso, o grupo, por meio de Polaco, cobrou R$ 150 mil por mês, segundo o empresário.
Reinaldo também negou a acusação e chamou Berger de sonegador de imposto, apesar de não tê-lo acionado nem uma única vez por não pagar ICMS antes da denúncia ser divulgada pelo Fantástico.
O dono de um frigorífico, Benílson Tangerino, e o presidente da Assocarnes, entidade que reúne 30 frigoríficos, João Dias, reforçaram as acusações de cobrança de propina pelos tucanos. O dirigente sindical ainda revelou ao Midiamax que existem seis horas de gravações revelando a “república da propina”.
Investigado pela concessão irregular de incentivo em outro inquérito aberto pelo MPE, o secretário estadual de Fazenda, Márcio Monteiro, saiu em defesa de Lauri, que seria “corretíssimo”.
Reinaldo admitiu ao Fantástico que é amigo de longa data de Sérgio de Paula. Apesar de acreditar na inocência do “amigo”, ele o demitiu quando surgiram os primeiros boatos da existência de vídeo sobre a cobrança de propina.
No entanto, os dois continuam ligados. Na reunião dos deputados para se explicar sobre a gravíssima denúncia da cobrança de propina da JBS, ele levou o ex-chefe da Casa Civil para o encontro, onde celulares não foram permitidos, nem dos parlamentares.
Espera-se que os órgãos competentes apurem com isenção as denúncias. No entanto, depois da cúpula do MPE sair em defesa do governador antes da denúncia do Fantástico, o cidadão fica com a pulga atrás da orelha de que a apuração não será apenas uma encenação para enganar o contribuinte, que, em última instância, banca os altos salários e o esquema de corrupção.
Na Assembleia, a investigação é presidida pelo deputado Paulo Corrêa (PR), que foi flagrado ensinando o colega a fraudar a folha de ponto, e relatada por Flávio Kayatt (PSDB), que recebeu da JBS e sonha em ser indicado para o conselho do Tribunal de Contas por Reinaldo Azambuja.
Alguém poderia tirar essa pizza do forno, para o bem de Mato Grosso do Sul, por favor?