O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e o antecessor, André Puccineli (PMDB), vão ser julgados pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) pelo suposta cobrança de R$ 150 milhões em propina entre 2007 e 2016. A determinação é do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, que homologou as delações dos irmãos Wesley e Joesley Mendonça Batista, donos da JBS.
No caso específico de MS, os R$ 150 milhões foram delatados por Wesley e pelo diretor da companhia, a maior produtora de carne no mundo, Valdir Boni. Eles contaram que os dois só aprovaram a concessão de incentivos fiscais mediante o pagamento de vantagens financeiras.
Como o governador tem foro privilegiado, o caso vai ser julgado no STJ. No entanto, graças a decisão do Supremo Tribunal Federal, o julgamento não precisa mais de aval dos deputados estaduais de Mato Grosso do Sul.
Se precisasse do aval dos nobres deputados, que recebem salário de R$ 24 mil por mês, dificilmente, o tucano seria investigado.
Durante o mandato, André foi alvo de duas denúncias no STJ, mas que não foram adiante porque não houve aval da Assembleia Legislativa.
Outros governadores devem ser investigados com base na delação explosiva da cúpula do JBS. O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), teria cobrado R$ 10 milhões para favorecer o grupo em licitação da Companhia de Água e Esgoto daquele estado.
O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), teria recebido R$ 3,6 milhões quando era ministro do Desenvolvimento Econômico por meio de um escritório de advocacia.
O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), já preso, teria recebido R$ 40 milhões.
O ex-governador do Ceará, Cid Gomes (PDT), teria recebido R$ 20 milhões para liberar créditos para o frigorífico.
O presidente Michel Teme (PMDB) recebeu R$ 15 milhões em 2014 e ainda acertou o pagamento de R$ 500 mil por semana durante 20 anos, o que daria mais de R$ 480 milhões.