A Justiça Federal determinou a abertura de conta na Caixa Econômica Federa para retirar R$ 1 milhão das contas bloqueadas e quitar a fiança do ex-governador André Puccinelli (PMDB). Além disso, o juiz substituto da 3ª Vara Federal, Fábio Luparelli Magajewski, responsável pela Operação Lama Asfáltica, determinou a adoção de medidas para evitar eventual viagem para países onde não é necessária a apresentação do passaporte.
Alvo da Operação Máquinas de Lama, a 4ª fase da Lama Asfáltica, Puccinelli foi obrigado a pagar fiança para não ter a prisão preventiva decretada. Ele chegou a colocar tornozeleira eletrônica por sete dias.
Inicialmente, o peemedebista deveria recorrer aos supostos bens em nome de laranjas para quitar a fiança de R$ 1 milhão, conforme determinação da juíza em substituição, Monique Machioli Leite. No entanto, Magajewski estendeu o prazo por mais cinco dias, dando tempo do ex-governador conseguir reverter a decisão no Tribunal Regional Federal da 3ª Região.
Após contratar o criminalista Antônio Mariz de Oliveira, um dos maios bem pagos do País e amigo do presidente da República, Michel Temer, ele conseguiu habeas corpus no TRF3. O desembargador Paulo Fontes permitiu a utilização dos bens bloqueados para pagar a fiança e aceitou o pedido para por fim ao monitoramento eletrônico.
No entanto, ele impôs algumas condições, como a apreensão do passaporte do ex-governador, que é natural da Itália. Ontem, o juiz da 3ª Vara notificou à PF para que adote medidas para evitar que ele viaje para locais que não exigem passaporte, como é o caso dos países do Mercosul, formado por Paraguai, Argentina, Chile e Uruguai.
Além do ex-governador, a restrição a viagens internacionais atinge o empresário Mirched Jafar Júnior, dono da Gráfica Alvorada, que também conseguiu liminar junto a Paulo Fontes para ser solto após ficar oito dias preso.
Fontes também mandou soltar o ex-secretário adjunto de Fazenda na gestão de Puccinelli, André Cance. O terceiro preso preventivamente na Operação Máquinas de Lama é o pecuarista Jodascil da Silva Lopes, que ainda não conseguiu reverter a decisão.
Eles são acusados de integrar suposta organização criminosa que desviou R$ 150 milhões dos cofres públicos. Segundo despacho da juíza Monique, as provas de corrupção são robustas.
O ex-governador nega qualquer irregularidade na sua administração.
Apesar dos aliados e amigos defenderem o peemedebista, a colocação de tornozeleira eletrônica o debilitou politicamente e, praticamente, sepultou o sonho de retornar ao Parque dos Poderes em 2018.
Sem alternativa, o PMDB já busca um plano B para não cair no colo do atual governador, Reinaldo Azambuja (PSDB). Enquanto uns cogitam a senadora Simone Tebet (PMDB), outros, como o presidente da Assembleia Legislativa, Junior Mochi (PMDB), negociam até a composição da chapa com os tucanos em 2018.