A 4ª fase da Operação Lama Asfáltica, denominada de Máquinas de Lama, não ficou restrita à colocação de tornozeleira eletrônica no ex-governador André Puccinelli (PMDB). A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão nas casas de dois nomes ligados ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB). O primeiro é o empresário Ivanildo da Cunha Miranda, que foi tesoureiro da sua campanha em 2014. O segundo é o ex-secretário de Fazenda e atual assessor especial do Governo, Jader Rieffe Julianelli Afonso.
Um terceiro nome não foi divulgado, mas faz parte do despacho da juíza Monique Marchioli Leite. Policiais federais cumpriram mandado de busca na casa do ex-diretor presidente do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul Rosa Pedrossian, Rodrigo de Paula Aquino. Ele também foi secretário municipal de Governo na gestão de Nelsinho Trad (PTB).
A operação apura os responsáveis pela suposta fraude que deu prejuízos de R$ 150 milhões aos cofres públicos estaduais. O ex-governador é acusado de ser integrante da organização criminosa.
Jader Afonso foi alvo de mandado de busca no seu apartamento e de condução coercitiva. Ele foi secretário estadual de Fazenda na gestão de André Puccinelli, e continua na equipe tucana. Inicialmente, ele foi adjunto do secretário estadual de Fazenda, Márcio Monteiro. Em seguida, foi transferido para a Casa Civil.
Atualmente, Afonso exerce o cargo de assessor especial na Secretaria Estadual de Governo, onde tem salário de R$ 46,6 mil por mês.
Policiais visitaram a casa e o escritório e levaram o empresário Ivanildo Miranda para depor. Ele foi o administrador das finanças da campanha ao governo de Reinaldo Azambuja. Foi também um dos principais colaboradores, já que contribuiu, oficialmente, com R$ 480 mil.
A juíza autorizou buscas nas casas de Rudel Sanches Silva e na sua empresa, a Mega Aval Editora; e de Jonas Schimidt das Neves, proprietário da Digix.
Dono do conglomerado, que inclui H2L Soluções de Documentos e HBR Medical, o empresário Rodolfo Pinheiro Holsback, foi alvo de buscas nas casa localizadas em Campo Grande e São Paulo. Ele acabou detido por porte de munições de arma de fogo e foi liberado após pagar R$ 4,6 mil de fiança.
O grupo até apontou o “motivo” que levou suspeita dos federais sobre o empresário. Ele teria vendido gado para os investigados na Lama Asfáltica, o que gerou a suspeita de pagamento de propinas.
O ex-funcionário da Secretaria Estadual de Educação, Jodascil da Silva Lopes, teve a prisão preventiva decreta, mas não foi localizado e está foragido. No entanto, os policiais cumpriram o mandado de busca na sua casa, localizada no Bairro Coronel Antonino.
A Justiça autorizou ainda o cumprimento de mandado de busca e apreensão na DM Construtora, em Curitiba (PR). A empresa se junta aos outros nomes já divulgados, como Gráfica Alvorada, Águas Guariroba, JBS, Eldorado Celulose, Ice Cartões, entre outras.
A Justiça autorizou o bloqueio de até R$ 4,4 bilhões de 44 pessoas e empresas investigadas, mas os nomes de todos os atingidos pela liminar não foram divulgados.