Com a realização da 4ª fase da Operação Lama Asfáltica, a Polícia Federal e a CGU (Controladoria Gera da União) já contabilizaram o desvio de R$ 200 milhões pela organização criminosa em Mato Grosso do Sul. Desencadeada na manhã de hoje com a denominação de Máquinas de Lama, a nova fase levou o ex-governador André Puccinelli (PMDB) e o filho, o advogado e professor universitário André Puccinelli Júnior, para prestarem depoimento na PF.
Em nota, a CGU informa que estão sendo cumpridos três mandados de prisão preventiva, nove de condução coercitiva e 32 mandados de busca e apreensão. Um dos conduzidos para depor é o empresário da Gráfica Alvorada, Mirched Jafar Júnior, que foi beneficiado por contratos milionários na gestão de André no Governo e pego em grampo falando de propina.
Policiais federais cumprem mandado em várias empresas, como Digix (Digitho Brasil), HBR Medical e H2L Soluções, que tiveram ou possuem contratos milionários com a administração estadual. Um dos alvos é a Secretaria Estadual de Educação, no Parque dos Poderes.
O mais emblemático na 4ª fase é a condução do ex-governador na viatura da Policia Federal. Há um ano, ele foi convocado para depor, mas não se expôs ao vexame, porque conseguiu ir no carro do advogado Renê Siufi e tentou passar a imagem de que foi por livre e espontânea vontade colaborar com as investigações. No entanto, foi por determinação judicial.
E para piorar a situação de André, conforme os jornais Midiamax, Topmídia e Campo Grande News, ele será obrigado a cumprir prisão em casa, já que vai usar a famosa tornozeleira eletrônica. Neste caso, o peemedebista, que sonhava em voltar ao Governo em 2019, vai ter a atuação restrita.
No entanto, a dor maior para Puccinelli dever ser a citação do filho, o advogado, escritor e professor universitário, que acabou sendo levado coercitivamente para depor na manhã de hoje.
A PF acusa o ex-governador de liderar uma organização criminosa para fraudar licitações e obras públicas, corromper servidores e lavar dinheiro. Só nesta fase, o grupo causou prejuízo de R$ 150 milhões aos cofres públicos.
Somando às outras três fases da Lama Asfáltica,o grupo causou prejuízo de R$ 200 milhões aos cofres públicos.
A primeira fase, desencadeada em 9 de julho de 2015, o desvio comprovado foi de R$ 11 milhões.
Na segunda fase, ocorrida em 10 de maio do ano passado, foram R$ 43,1 milhões. Nesta fase, a Justiça Federal determinou o bloqueio dos recursos e bens do ex-governador e outros envolvidos, como o empresário João Amorim e o ex-secretário Edson Giroto.
Na terceira fase, ocorrida em 7 de julho do ano passado, foram apurados R$ 2 milhões, que era o valor de uma aeronave apreendida que foi vendida pela organização criminosa.