O “cabide de empregos” de parentes montado na Secretaria Estadual de Educação não tem limites. Candidato a vereador da Capital não venceu nas urnas, mas garantiu emprego para a esposa e o cunhado. Outro caso é de um casal de gêmeos, com ela na coordenação da pasta e ele no Pronatec, criado para qualificar jovens, mas vem se transformando para abrigar consanguíneo.
Na quarta-feira passada, O Jacaré denunciou quatro histórias de suposto nepotismo na secretaria, sem contar o exemplo da titular, Maria Cecília Amendola da Motta, que garantiu salário e emprego para o genro, o atual superintendente do Procon, Marcelo Monteiro Salomão.
O superintendente de Administração das Regionais, Juari Lopes Pinto, com salário de R$ 8,7 mil em março, não garantiu vaga apenas para a esposa, Eurisleide Moura Pinto. Ela é funcionária do Pronatec e cumpre expediente na sede, no Parque dos Poderes. Neste caso, segundo o Governo, não há ligação, porque a nomeação é feita pelo Ministério da Educação. Só faltou explicar que o órgão federal paga quem a secretaria indicar para a vaga.
Professor Juari, como o superintendente é mais conhecido, foi candidato a vereador pelo PSDB nas eleições de 2016 em Campo Grande. Ele obteve boa votação, 3.002 votos, mas não conseguiu se eleger e ficou de suplente.
Se não levou na urna, ganhou o cargo do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Além da esposa, ele conseguiu emprego de 20 horas para o cunhado, o professor Flávio Peixoto de Moura, que também despacha na Secretaria de Educação, com salário de R$ 2,5 mil.
Flávio, a irmã e o cunhado tiveram militância ativa na campanha a prefeita da vice-governadora Rose Modesto (PSDB). Neste caso, o agradecimento da administração baseada na meritocracia veio por meio de cargos.
Outro caso é da coordenadora de Contratos da Secretaria Estadual de Educação, Andréa Cristina Souza Lima, 37 anos, com salário de R$ 4,1 mil. O irmão gêmeo dela, o professor André Gustavo Souza Lima 37, também garantiu vaga no Pronatec. Ele até revela no Facebook que cumpre expediente na SED/MS.
O Jacaré aguarda a manifestação do Governo do Estado desde sexta-feira, quando enviou questionário solicitando informações sobre a suspeita de outros casos de nepotismo na Secretaria de Educação.
Ontem, a assessoria informou que a resposta estava sendo discutida com o secretário estadual de Administração e Desburocratização, Carlos Alberto Assis, antes de ser enviada. Até a publicação desta matéria, não houve retorno.
Outras histórias – A chefe de gabinete de Maria Cecília, Cláudia Aparecida Nogueira Lopes, é mãe da psicóloga Paola Nogueira Lopes, contratada como professora convocada para jornada de 40 horas e com licença para fazer mestrado na UFMS.
O esposo de Cláudia é o superintendente de Gestão da Folha de Pagamento da Secretaria de Administração, Paulo Lopes. O Governo alegou que não há irregularidade na nomeação da família Lopes e que até houve “promoção” por mérito profissional.
O primo da vice-governadora Rose, Wellington Fernando Modesto da Silva, é o superintendente de Gestão de Pessoas na Secretaria Estadual de Educação, e tem como secretária, a esposa, Cristiane Borges da Cunha Maggioni. Este caso é o único investigado pelo MPE (Ministério Público Estadual) até o momento. Neste caso, a assessoria explicou que os dois não são casados, apesar de morarem juntos há mais de sete anos.
O superintendente de Administração, Orçamento e Finanças da Secretaria de Educação, Hélio Queiroz Daher, é marido de Alessandra Ferreira Beker Daher, coordenadora de Formação Continuada da pasta.
A cunhada dele, Joelma Daiane Beker Guinzelini, também é lotada na pasta e fica responsável pelo repasse dos recursos para as escolas integrais.
O Governo não vê nada de errado, porque Alessandra é cedida pela prefeitura, enquanto Joelma foi selecionada por meio do ICE (Instituto de Corresponsabilidade pela Educação).
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