O vereador é o político mais próximo do povo na escala dos políticos, mas continua ignorando a realidade dos campo-grandenses, que sofrem os efeitos nefastos da crise econômica e da falta de investimentos nas necessidades básicas.
A farra com o dinheiro público pode se notada nos despachos do presidente da Câmara Municipal, João Rocha (PSDB), que vai pagar R$ 120 mil a um escritório de advocacia, apesar da Casa ter nove procuradores jurídicos. O gasto com supérfluo inclui comprar jornal semanário a preço de diário e pagar R$ 7,5 mil em miniaturas do Papa João Paulo II.
Conforme o Diário Oficial de Campo Grande, a Câmara vai pagar R$ 10 mil por mês ao escritório Bastos e Duailibi Advogados Associados assessorar a Comissão Permanente de Legislação, Justiça e Redação Final, presidida pelo vereador Otávio Trad (PTB).
O contrato é por 12 meses, ou seja, vai onerar os cofres públicos em R$ 120 mil. O legislativo vai gastar o dinheiro, que não está sobrando para a saúde, educação, segurança e acabar com os buracos, apesar de contar com nove procuradores jurídicos, sendo oito efetivos e um comissionado.
Além de Trad, que se envolveu na polêmica nomeação da cunhada do primo, Fábio Trad Filho. A jovem advogada pediu demissão após ser publicada a sua nomeação no gabinete do vereador.
A comissão é integrada ainda pelos vereadores Odilon Júnior (PDT), que é advogado, William Maksoud (PMN), Doutor Livio (PSDB) e André Salineiro (PSDB), este último se elegeu por ser policial federal e pregando novos tempos na política.
João Rocha fez outro contrato curioso, a assinatura do jornal semanário Folha de Campo Grande. Para garantir um exemplar a cada vereador, ele vai pagar R$ 7.850,00, o que representa R$ 270,68. O Correio do Estado cobra R$ 269 para entregar o jornal de segunda a sexta-feira, enquanto o jornal beneficiado pelo tucano só circula aos domingos.
Em tempos de crise, a fé do povo aumenta e os vereadores parecem querer pegar carona. A Câmara vai pagar R$ 7.532 na confecção de 80 réplicas do Papa João Paulo II, que se tornou santo recentemente, mas não deve olhar com bons olhos, lá do céu, o desperdício do dinheiro público com a utilização do seu nome.
A empresa Sculp Artes, Placas e Troféus receberá o dinheiro para produzir as miniaturas do papa, em tamanho de 23 centímetros e pintadas a mão com tinta automotiva. A entrega deverá ocorrer em setembro, quando o legislativo entrega oficialmente o Prêmio João Paulo II.
Os gastos são desnecessários e até exagerado, principalmente, quando há pessoas morrendo nos postos de saúde por falta de remédio, médico ou ambulância. Crianças estão fora das salas porque o município não dispõe de dinheiro para concluir os centros de educação infantil.
Sem falar na buraqueira que vem atormentando os motoristas.
Os vereadores mudaram no dia 1º de janeiro, pelo menos a maioria, mas os costumes continuam os mesmos.