Saiu pela culatra a estratégia do prefeito de Anastácio, Nildo Alves de Albres (PSDB) de cancelar a tradicional Festa da Farinha, após o juiz Luciano Pedro Beladelli, determinar a não utilização de dinheiro público por causa da crise financeira do município. O evento não só aconteceu, como ficou muito melhor, resgatando o seu objetivo principal, valorizar a cultura nordestina.
Organizada por empresas privadas e sem dinheiro da prefeitura, a 12ª Festa da Farinha começou ontem à noite e terá a apresentação do grupo de forró Fala Mansa neste sábado. Esta será a principal atração nacional e substitui a dupla sertaneja César Menotti e Fabiano.
Além do grupo, a festa terá barracas com comidas nordestinas, como a tradicional buchada de bode, e pratos típicos feitos de mandioca. A festividade tem o objetivo de divulgar a produção de mandioca da colônia Pulador, fundada por nordestinos.
De acordo com o MPE, o prefeito iria gastar R$ 373 mil dos R$ 600 mil destinados para a cultura, esporte e lazer somente com a Festa da Farinha. E pior, enquanto despendia a fortuna para uma cidade como Anastácio com shows, o prefeito deixava de atender as necessidades básicas da população por falta de dinheiro, como comprar remédios nos postos, tapar os buracos das ruas e deixar de repassar verba para uma entidade responsável pelo atendimento de crianças carentes.
Houve até suspeita de direcionamento nas contratações feitas pela prefeitura, aliás, como tudo que vem sendo feito pelo poder público no País. Com a utilização de verba pública suspensa, empresários de Anastácio mantiveram a tradição, garantiram a geração de empregos e deixaram de usar dinheiro público que só beneficiaria “alguns”.